PCP está pronto para enfrentar desafios do futuro

Unidos, confiantes, determinados e preparados para os combates vindouros – foi assim que os militantes comunistas, os simpatizantes e os muitos apoiantes do PCP estiveram no comício que se realizou, no dia 24, na Escola Secundária Almeida Garrett, em Vila Nova de Gaia.

«Partido que não deixa cair o sonho, o projecto político, a acção revolucionária»


«É isto que os nossos inimigos não percebem. Quando nos queriam por aí de cabeça baixa, aqui estamos, confiantes e determinados. Muito obrigado pela vossa força, alegria e por esta militância extraordinária», foi assim que começou Paulo Raimundo, equiparando o tom da sua intervenção à entusiasmante disposição das centenas que, com atenção, o ouviram na tarde de domingo. «É assim que somos e foi assim que travámos uma campanha eleitoral, de grande importância e significado», afirmou, sublinhando que «foi a nossa determinação que enfrentou a mentira e a deturpação e contrariou os vaticínios do desaparecimento que desde há meses marcam o nosso tratamento mediático».

«Aqui estamos com todo o Partido e com os muitos outros que sem filiação partidária se juntaram a nós, muitos pela primeira vez, a analisar os resultados, a situação criada e o quadro actual», assegurou o Secretário-Geral comunista. «Não enfiamos a cabeça na areia nem ficamos à espera que passe o vento forte. Estamos a debater a partir da nossa própria grelha e não com aquela que nos querem impor, mas estamos a fazê-lo em andamento», afirmou, advertindo que se é verdade que os «resultados eleitorais criaram uma situação ainda mais favorável ao grande capital», não é menos verdade que o conteúdo e a mobilização da campanha da CDU «projecta-se muito para lá das eleições, projecta-se na luta que continua e projecta-se no Partido».

Explorar todas as possibilidades
«É preciso aproveitar todas as possibilidade que se abriram e abrem para o reforço na nossa intervenção. Responsabilizar ainda mais quem se destacou, ir mais longe no recrutamento e na atribuição de tarefas, é preciso ouvir e debater com todos os que não são ainda membros do Partido e ganhá-los para esta luta que vale a pena e que já tem novas e desafiantes exigências», salientou, referindo-se às centenas de contactos que foram realizados, entre dia 21 e 24, nas empresas e localidades (ver páginas 16 e 17). «Lá voltámos para junto dos nossos, para os que mais precisam, dizendo-lhes: aqui está o PCP, Força de Abril, para, com o povo, enfrentar, construir e avançar», exclamou.

Excedente orçamental
«Aqui chegámos pela mão do PS, que optou por não responder aos problemas concretos da vida quando poderia e teria condições para o fazer, e vem agora numa manobra afirmar a disponibilidade para rectificar o seu próprio orçamento», acusou. «Então, o que é possível hoje não era possível ontem? Não havia condições, não havia margem orçamental, como tantas e tantas vezes o dissemos», questionou, retorquindo de imediato: «havia ontem, como há hoje», pois as «respostas não foram dadas porque o PS não quis».

PCP é oposição desde o primeiro minuto
«O Presidente da República indigitou o primeiro-ministro e, neste momento, há duas certezas», clarificou, «a primeira é que um novo governo vai tentar entrar em funções e a segunda é que o PCP será, desde o primeiro minuto, a firme oposição e lhe dará combate e à sua política anti-social e antinacional, com todos os meios ao seu dispor», como é exemplo a moção de rejeição que os comunistas apresentarão ao Governo do PSD e CDS, «um forte sinal político e um momento de clarificação».

«Quem não nos acompanhar terá de assumir essa responsabilidade, mas fica evidente que não nos acompanhando também estão a dar um sinal político» e, como apontou Paulo Raimundo, os que acusam o PCP de precipitação «são os mesmo que também já decidiram, sem conhecer o programa do Governo ou o seu elenco, viabilizá-lo».

Mais CDU no Parlamento Europeu
Referindo-se às Eleições para o Parlamento Europeu (PE), Paulo Raimundo reafirmou que é a CDU a força da soberania e da independência nacional, da democracia, do desenvolvimento e do progresso social, da paz, da solidariedade e da cooperação.

«Vamos para esta batalha eleitoral com a clareza de quem não confunde prioridades, que não abdica de afirmar e agir tendo presente que Portugal é o nosso País, que é do seu interesse e do povo, que a defesa dos direitos cá no nosso País são a nossa razão de luta lá no PE. Com a clareza de quem associa a defesa da soberania à luta por uma Europa dos trabalhadores e dos povos», sublinhou.

Comunistas não param intervenção
No comício, interveio ainda Inês Castro, da Comissão Política da Direcção Nacional da JCP, que chamou atenção para os que querem «descartar e fazer acreditar que o tempo de Abril já passou», dos que têm «ódio cerrado contra Abril» ou dos que o querem apenas como um «adorno na lapela». «Querem esconder que ele está presente todos os dias e que há forças para o projectar no futuro», afirmou, recordando os milhares de estudantes que ainda na quinta-feira anterior tinham saído às ruas em manifestação nacional, exigindo «mais Abril no Ensino Superior». «Abril está também na luta dos estudantes das Escolas Secundárias de Lousada, da Carolina Michaëlis, da Filipa Vilhena, da D. Dinis, em Santo Tirso, da Augusto Gomes, em Matosinhos, e de Vila Meã», acrescentou.

Por sua vez, Jaime Toga, da Comissão Política do Comité Central (CC), recordou que os activistas da CDU, no distrito do Porto, realizaram mais de 1000 acções e iniciativas de campanha e que, desde dia 10, foram já vários os encontros e as reuniões em que, com o deputado Alfredo Maia, a Organização Regional do Porto auscultou os problemas de diferentes estruturas da região.

O comício, em que participou também Margarida Botelho, do Secretariado do CC, foi antecedido de um momento musical interpretado por Minda Araújo e Catarina Santos.

 



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