Povo senegalês escolheu «romper com o passado»

«O povo senegalês escolheu romper com o passado para dar corpo às imensas esperanças suscitadas pela nossa visão da sociedade», afirmou o presidente eleito do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, em declarações após as eleições do dia 24.

O presidente eleito promete combater as desigualdades e renegociar contratos internacionais

Segundo a imprensa em Dakar, o candidato vitorioso reiterou que lutará contra a corrupção em todos os níveis e fomentará a reconciliação nacional, comprometendo-se a governar «com humildade e transparência». Assegurou também que se esforçará por reconstruir as instituições e fortalecer as bases da convivência no país, palco nos últimos tempos de protestos populares e repressão policial.

Faye comprometeu-se a restaurar a soberania nacional e a distribuir a riqueza de forma mais equitativa, assim como a renegociar contratos de exploração mineira, de gás e de petróleo assinados com empresas estrangeiras, em função dos interesses do seu país.

Desde a independência, em 1960, o Senegal, antiga colónia francesa, foi até agora um dos principais aliados da França na África Ocidental, de onde Paris viu nos últimos tempos serem expulsas as suas tropas do Mali, do Burkina Faso e do Níger, países que procuram romper os laços neocoloniais com a antiga potência colonial.

Resultados preliminares indicam que Faye foi eleito logo na primeira volta, com 57 por cento dos votos, à frente de Amadou Ba, até agora primeiro-ministro, que obteve 31 por cento, e era o candidato do partido no poder, Aliança para a República, a que pertence também o presidente cessante, Macky Sall, no cargo há 12 anos.

A candidatura de Faye, de 44 anos, libertado há duas semanas da prisão, foi apoiada pelo líder do partido Patriotas Africanos do Senegal para o Trabalho, a Ética e a Fraternidade (Pastef), Osumane Sonko, que também estava preso e foi proibido de apresentar-se a votos, acusado de um suposto crime. Ambos foram amnistiados e libertados a 15 de Março, após meses de protestos de rua dos seus apoiantes.

 

 



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