Em Cuba trabalha-se em paz para superar as dificuldades

Cuba denunciou que grupos terroristas radicados nos EUA incentivam acções contra o país, aproveitando a difícil conjuntura que se vive em resultado das consequências do recrudescimento do bloqueio imposto pelos EUA.

PCP exige o fim do criminoso e ilegal bloqueio dos EUA contra Cuba


Em Santiago de Cuba, grupos de pessoas expressaram, no dia 17, o seu descontentamento com problemas no serviço eléctrico e na distribuição de alimentos, que os inimigos da Revolução cubana tentaram instrumentalizar para propósitos desestabilizadores.

«Nas últimas horas, vimos como terroristas radicados nos EUA, que denunciámos em reiteradas ocasiões, incentivam acções contra a ordem interna do país», acusou o Primeiro Secretário do Partido Comunista de Cuba e Presidente da República, Miguel Diaz-Canel. O dirigente cubano referia-se à crescente campanha contra-revolucionária que, através da multiplicação artificial de mensagens de ódio e conteúdo subversivo divulgadas nas redes sociais e sítios da Internet anti-cubanos, distorcem e manipulam as reclamações desses grupos de cidadãos.

«No meio do bloqueio que pretende asfixiar-nos, continuaremos a trabalhar em paz para ultrapassar esta situação», assegurou Diaz-Canel, denunciando a articulação propagandística e instigadora dos inimigos da Revolução para provocar a desestabilização e o caos, a partir das tensões geradas pelas limitações actuais do serviço de electricidade no país, por défice de combustível, e por outras carências quotidianas resultantes, fundamentalmente, da implacável política de asfixia económica do governo norte-americano contra Cuba.

«A disposição das autoridades do Partido, do Estado e do Governo é de atender as reclamações do povo, escutar, dialogar, explicar as numerosas medidas que são tomadas para melhorar a situação, sempre em ambiente de tranquilidade», reafirmou. Clara demonstração disso foi o diálogo franco e aberto que a primeira secretária do Comité Provincial do PCC em Santiago de Cuba, Beatriz Jonhson, manteve com um grupo de pessoas que reclamou dos cortes no fornecimento de energia eléctrica e dos seus efeitos em produtos como o leite para as crianças.

A responsável explicou que «a população de Santiago de Cuba foi respeitadora e escutou de forma atenta a informação que lhe foi prestada pela direcção do município» sobre as dificuldades.

Rejeição à conduta de ingerência dos EUA
Para o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodriguez, não tem nada de espontâneo que o tradicional inimigo da Revolução cubana e o seu coro de mercenários se associem para o estrangulamento de Cuba. No dia 18, o encarregado de negócios norte-americano em Havana, Benjamin Ziff, foi convocado ao Ministério pelo vice-ministro, Carlos Fernández, que lhe transmitiu a firme rejeição da conduta de ingerência e das mensagens caluniosas do governo norte-americano e da sua embaixada relacionadas com assuntos internos da realidade cubana.

Com a entrega de uma nota formal de protesto, recordou-se ao diplomata norte-americano os padrões mínimos de decência e honestidade que se esperam de uma missão diplomática em qualquer país e que a representação dos EUA em Cuba se mostra incapaz de observar, ao mesmo tempo que se enfatizou que essa missão e o seu pessoal estão obrigados a comportar-se conforme as normas da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.

As autoridades de Cuba repudiaram também o empenho ostensivo do governo dos EUA em limitar e obstaculizar cada esforço do Estado cubano para encontrar soluções e dar respostas às necessidades económicas e sociais do país.

Plano desestabilizador

Segundo o jornal Granma, o plano desestabilizador dos EUA contra Cuba e a sua execução estão à vista de todos. Assenta no reforço de uma guerra económica desapiedada para provocar e explorar o descontentamento da população.

É financiado todos os anos com dezenas de milhões de dólares do orçamento federal dos EUA e conta com uma poderosa infra-estrutura tecnológica para explorar as redes digitais a partir de território norte-americano e com propósitos agressivos. Goza da cumplicidade de importantes meios de comunicação da «grande» imprensa norte-americana e internacional, bem como do apoio mercenário de pessoas radicadas fundamentalmente no sul do Estado da Florida, cujo único modo de vida é a indústria da agressão a Cuba.

Se o governo dos EUA tivesse a mínima e honesta preocupação com o bem-estar da população cubana – refere o jornal – tiraria Cuba da lista arbitrária de Estados que supostamente patrocinam o terrorismo; poria fim à perseguição dos fornecimentos de combustível que o país tem de importar; deixaria de perseguir cada transação financeira de Cuba; acabaria com a grosseira perseguição dos programas de cooperação médica de Cuba no mundo; deixaria de intimidar empresários, visitantes, artistas e todas as pessoas que têm o interesse e o direito de interagir com o povo cubano.

 

PCP expressa «solidariedade resoluta»

O PCP emitiu um comunicado em que expressa a sua «resoluta solidariedade com Cuba, o povo cubano, o seu Governo e a sua Revolução», alvo da inaceitável e criminosa política de ingerência, desestabilização e bloqueio do imperialismo norte-americano. Chama ainda a atenção para a situação económica exigente e complexa, e suas consequências, inseparáveis de mais de seis décadas de cruel, criminoso e ilegal bloqueio, rejeitado em sucessivas resoluções das Nações Unidas, adoptadas pela quase totalidade dos países membros.

Para o PCP, a «cínica tentativa de instrumentalização por parte da Administração dos EUA, incluindo pela sua Embaixada em Havana, de expressões de compreensível descontentamento no passado dia 17 de Março – e que as autoridades cubanas acompanharam, debatendo com as populações os problemas e os esforços que estão a ser empreendidos para lhes dar solução –, é parte integrante do processo de desestabilização que levam a cabo contra Cuba». É, assim, de uma imensa hipocrisia as «preocupações com o povo cubano» manifestadas pelos EUA, ao mesmo tempo que prosseguem a ingerência e agressão que atentam contra os direitos desse mesmo povo e a soberania e a independência de Cuba.

O PCP exige o fim do bloqueio imposto contra o povo cubano, a retirada de Cuba da ilegítima e arbitrária lista dos EUA de «estados patrocinadores do terrorismo» e o fim da sua sistemática acção de desestabilização visando Cuba, e insta ao respeito da soberania e independência de Cuba, do direito do seu povo a decidir soberanamente o seu caminho, livre de ingerências externas.

 



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