Por aumentos salariais justos avançam greves nas empresas

Nos últimos dias, trabalhadores da Hutchinson Borrachas, da Nobre Alimentação e da Saica Pack fizeram greve, para dar força à exigência de aumentos salariais e negociação de cadernos reivindicativos.

Elevando a luta, os trabalhadores dão mais força às suas justas exigências

Com uma adesão superior a 80 por cento e um forte impacto na laboração, fizeram greve anteontem, todo o dia, os trabalhadores da fábrica da Nobre Alimentação, em Rio Maior. O SINTAB/CGTP-IN assinalou que ali trabalham, na maioria, mulheres, que recebem apenas o salário mínimo nacional.
A administração recusa negociar o Caderno Reivindicativo, apresentado em Dezembro, e insiste em não elevar os salários além do valor mínimo obrigatório. Em protesto, no exterior da fábrica, os trabalhadores aprovaram uma moção a dar um mês, para que a posição patronal se altere, admitindo já a convocação de nova greve.

Na fábrica da Saica Pack, na Póvoa de Santo Adrião (Odivelas), houve greve esta segunda-feira, dia 18, durante quatro horas por turno. A direcção da empresa anunciou o fecho das negociações do Caderno Reivindicativo, mas os trabalhadores consideram manifestamente insuficiente a posição patronal para a actualização dos salários e exigem a reabertura do processo.
Durante a greve, os trabalhadores concentraram-se em frente à fábrica, levando para a rua o seu protesto. Ali estiveram, a apoiar e estimular a luta, dirigentes do SITE CSRA, o coordenador da Fiequimetal (Rogério Silva) e o Secretário-Geral da CGTP-IN (Tiago Oliveira).

Uma concentração de trabalhadores teve lugar no dia 13, de tarde, junta da fábrica e da sede da BA Glass, em Avintes (Vila Nova de Gaia), insistindo na reivindicação de aumentos salariais de 150 euros e na subida dos valores dos subsídios de refeição e de turnos . Um dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira detalhou à agência Lusa as exigências colocadas, considerando que é pouco propor apenas uma actualização salarial de 4,3 por cento, como fez a administração. Lembrou, a propósito, os lucros exorbitantes dos últimos anos.

A greve de 24 horas na Hutchinson Borrachas, em Campo Maior, iniciada na noite de 12 de Março, teve grande impacto na produção, levando à paragem de muitas máquinas e de áreas produtivas da fábrica. O SITE Sul informou ainda que, por unanimidade, foi decidido dar continuação à luta, dia 28, caso continue a não haver respostas patronais positivas às justas reivindicações de: aumento dos salários e do subsídio de refeição; pagamento, como trabalho suplementar, das horas trabalhadas ao sábado e feriado, em horário normal; criação (atribuição) de diuturnidades; e eliminação das faltas injustificadas, marcadas por tudo e por nada.

Em várias outras empresas foram já anunciadas greves para os próximos dias.



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