Greves dia 27 no comércio e serviços
O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) convocou, para 27 de Março, uma greve de 24 horas na grande distribuição.
Estão marcadas concentrações, às 11 horas, junto das sedes da SONAE (Matosinhos) e do Pingo Doce (Lisboa, Campo Grande). De tarde, os trabalhadores vão juntar-se à manifestação nacional da juventude.
A associação patronal APED pretende introduzir no contrato colectivo de trabalho condições inaceitáveis, visando alargar as possibilidades de contratação com vínculos precários, não pagar trabalho suplementar (por via de «bancos» de horas) e, em vez de contratar mais trabalhadores, desregular os horários e intensificar os ritmos de trabalho.
Com tais posicionamentos, que mantém há anos, a APED bloqueia a negociação do CCT, incluindo a actualização dos salários, que estão em níveis «mínimos», acusou o sindicato.
Estes problemas têm sido denunciados, no exterior de super e hipermercados, em iniciativas dirigidas também aos clientes.
Na principal entrada do El Corte Inglés, em Lisboa, o CESP promoveu, no dia 12, um protesto contra a tentativa patronal de impor aos trabalhadores o compromisso de não darem opinião sobre a empresa, sob quaisquer termos.
Na cadeia Minipreço (Grupo DIA, adquirido pelo Auchan), 27 de Março é dia de greve, nas lojas, e no dia seguinte paralisam os trabalhadores dos armazéns (Torres Novas e Vialonga). O sindicato insiste na exigência de aumentos salariais de 150 euros, com efeitos a Janeiro, e não aceita que a negociação das reivindicações seja remetida para o âmbito da APED e do CCT.
No comércio automóvel, fazer greve (ao abrigo do pré-aviso geral do CESP) e participar na manifestação da juventude permitirá «levar para a rua a exigência da defesa do nosso contrato colectivo de trabalho e a urgência do aumento dos salários».
Em plenários, dias 13 e 14, os trabalhadores da Accenture decidiram voltar à greve, dia 27, para exigirem aumento dos salários em 15 por cento, com um mínimo de 200 euros, redução dos horários e dos ritmos de trabalho, fim das discriminações e melhores condições laborais.