Adesão em massa à greve dos jornalistas

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) «espera que as direcções e administrações tenham compreendido o descontentamento que grassa entre a classe» e que passem «finalmente das palavras aos actos».

Num balanço actualizado esta segunda-feira, dia 18, o SJ reafirma que a greve de 14 de Março «foi um marco na história do jornalismo português». Os jornalistas «aderiram em massa ao protesto nacional, por condições de trabalho dignas e em defesa da democracia», «as redacções de 64 órgãos de comunicação social locais, regionais e nacionais ficaram totalmente paralisadas» e «registaram-se sérios constrangimentos noutras dezenas».

«Uma forte presença de jornalistas» verificou-se também nas concentrações realizadas na passada quinta-feira em várias cidades, o que constitui «um claro sinal de fortalecimento da união e solidariedade entre a classe». O SJ destacou as que tiveram lugar em Lisboa, na Praça Luís de Camões (estimando que participaram cerca de 700 pessoas), no Porto (200), Ponta Delgada (70), Coimbra (65) e Faro (30), registando ainda concentrações «espontâneas» em Viseu e Évora.

«A maioria das concentrações contou com uma presença importante de estudantes, jornalistas reformados e membros da sociedade civil, que vieram demonstrar o seu apoio», assinalou o sindicato.

Em Lisboa, António Filipe (membro do Comité Central do PCP) e Carlos Gonçalves (da Comissão Central de Controlo) expressaram a solidariedade e o empenho do PCP na luta pelas justas reivindicações dos jornalistas. O Partido fez-se representar nas demais concentrações.

Do palco móvel, no Camões, o Secretário-Geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, dirigiu uma saudação aos jornalistas em luta.

Nesse dia, no final de uma audiência de uma delegação do PCP com o Presidente da República, o Secretário-Geral do Partido, em solidariedade com a greve, não prestou declarações à comunicação social. Na quarta-feira, foi enviada ao SJ uma saudação da Redacção do Avante!, como noticiámos.

Os deputados do PCP no Parlamento Europeu divulgaram uma mensagem de solidariedade com a luta dos jornalistas.

A solidariedade com a greve foi afirmada igualmente numa mensagem que o PCP publicou nas redes sociais, destacando as reivindicações de «aumentos de salários que reponham o poder de compra, fim da precariedade e condições para o exercício da profissão». «Com a instabilidade, com precariedade, com baixos salários, com a escassez de trabalhadores e redacções reduzidas, não há um jornalismo forte», mas, «por outro lado, a pluralidade e a independência são colocadas em causa com a concentração da propriedade dos órgãos de comunicação social», alertou o Partido.

 



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