Mineiros mostram com greve firmeza em exigências justas

Por melhores salários e condições de trabalho, e pela valorização das carreiras, os trabalhadores das Minas da Panasqueira estão em greve parcial, há uma semana, e os de Neves-Corvo começam dia 26.

Nas reivindicações destaca-se a valorização dos salários e das carreiras

A greve de três horas por turno na Beralt Tin and Wolfram (Portugal), empresa do grupo canadiano Almonty que é a concessionária das Minas da Panasqueira, começou no dia 14, com elevada adesão, como informou no dia seguinte a FIEQUIMETAL/CGTP-IN. Segundo a federação, de que faz parte o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), a quase totalidade dos trabalhadores aderiu à greve, no primeiro turno, e a adesão manteve-se elevada nos restantes dois turnos.

À entrada da mina, junto à lavaria, em Rebordões (Barroca Grande, concelho da Covilhã), a partir das 7 horas, estiveram com os trabalhadores do primeiro turno, em piquete de greve, o Secretário-Geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, e o coordenador da FIEQUIMETAL, Rogério Silva, bem como outros dirigentes da federação e do STIM.

Ali compareceu também uma delegação da Direcção da Organização Regional de Castelo Branco do PCP, manifestando solidariedade à luta e aos seus objectivos.

A federação assinalou que os trabalhadores «demonstram uma grande unidade e firmeza, na defesa das suas justas reivindicações, e exigem que a administração apresente propostas que vão ao encontro das suas propostas sobre aumentos salariais e restantes matérias, que constam no Caderno Reivindicativo».

Além desta greve, convocada até às 7 horas de dia 28, está também declarada greve a todo o trabalho suplementar.

À agência Lusa, um dirigente da FIEQUIMETAL admitiu que a greve possa prolongar-se por mais dez dias, caso continue a faltar uma proposta patronal «razoável». Mário Matos explicou que um prémio sugerido pela administração não substitui os aumentos salariais nem faz justiça a mineiros que, «após 20 anos, continuam no início da carreira», quando «no fundo da mina, o salário começa pouco acima dos 900 euros».

Na Somincor – Sociedade Mineira de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, «foi apresentado o pré-aviso de greve pelo STIM e avança-se agora na organização da luta», adiantou a FIEQUIMETAL, no dia 16.

A greve, entre as zero horas de dia 26 e as 8 horas de dia 28, foi decidida em quatro sessões de plenário, nos dias 3 e 4 de Março, «face à falta de resposta da administração ao Caderno Reivindicativo apresentado pelos trabalhadores, e em protesto contra o corte em algumas componentes do seguro de saúde».

Na Somincor exige-se um aumento salarial justo, em 150 euros, a melhoria das carreiras profissionais e promoções automáticas, bem como «medidas efectivas que salvaguardem a vida, a saúde e a integridade física e psíquica dos trabalhadores».

Os trabalhadores não aceitam que os aumentos salariais anuais se limitem à actualização aplicada por acto de gestão patronal e repudiam a recusa da administração a negociar com o STIM.

 

 



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