Denunciar o genocídio para construir a paz
CPPC, MPPM e Projecto Ruído – Associação Juvenil realizaram, no dia 22, uma acção de esclarecimento em Lisboa sobre a situação na Palestina e os caminhos para a sua superação. De manhã cedo os activistas das três organizações concentraram-se em Sete Rios, à saída da estação ferroviária, e ao final da tarde no terminal do Cais do Sodré. Neste último local tiveram a companhia de várias pessoas de língua não portuguesa, que ajudaram a distribuir o folheto, numa expressão de solidariedade com a justa luta do povo palestiniano. A presença dos activistas, aliada à música e às bandeiras palestinianas, não deixou ninguém indiferente.
O folheto distribuído lembrava as raízes fundas do problema: a ocupação, as humilhações, o roubo de terras e a expulsão de populações, a violência de militares e colonos contra os palestinianos – realidades que têm décadas e que não cessam de se agravar. «No total, vivem nos territórios palestinianos ocupados cerca de 700 mil colonos»; «Israel controla 97% das fontes de água e infra-estruturas hídricas nos territórios ocupados»; «Desde 1947, mais de 131 mil casas palestinianas foram demolidas em Israel e nos territórios palestinianos ocupados»; «Entre 2021 e 2022, a ONU registou 991 ataques de colonos israelitas contra pessoas e propriedades palestinianas», são algumas das informações inscritas no folheto.
Já sobre o actual massacre na Faixa de Gaza lembra-se que eram (a 16 de Fevereiro) mais de 28 mil os mortos palestinianos registados, dos quais 12300 crianças, 8400 mulheres, 340 profissionais de saúde e 126 jornalistas; mais de 68 mil feridos e dois milhões de refugiados. A contagem não parou desde então.
Denuncia-se ainda a cumplicidade dos EUA, do Reino Unido e de países que integram a UE e adianta-se exigências urgentes para pôr fim ao massacre, no imediato, e para resolver de uma vez aquela dramática situação: um cessar-fogo imediato e permanente na Faixa de Gaza; o fornecimento de ajuda humanitária à população e a reconstrução do território; o fim da violência de militares e colonos na Cisjordânia; a libertação de todos os detidos (e há hoje cerca de 9000 nas prisões de Israel, antes de Outubro de 2023 eram 5000); e o cumprimento do direito do povo palestiniano ao seu Estado soberano, independente e viável. Nas fronteiras anteriores a Junho de 1967, com Jerusalém Oriental como capital.