Determinação por exigências justas patente em greves e plenários
EDP, Izidoro, Sonae, Varandas de Sousa e Aunde são empresas onde os trabalhadores decidiram nos últimos dias passar à luta, concretizada em greves, plenários e concentrações, por melhores salários.
O recurso a formas de luta é a resposta que o patronato entende melhor
Esta é a reivindicação comum, reflectindo a urgência colocada no dia-a-dia dos trabalhadores, com os rendimentos reduzidos pelo crescente aumento dos preços e dos encargos com habitação, entre outros. Mas o aumento salarial não é exigência única.
Na Izidoro, a greve de anteontem começou com índices de adesão de 60 a 70 por cento, provocando paragens de algumas linhas de produção, na fábrica no Montijo, e de todo o enchimento, na unidade da Venda do Pinheiro (Mafra), como disse à agência Lusa um dirigente do STIAC.
Marcos Rebocho explicou que os trabalhadores exigem que o salário mínimo, nesta empresa do Grupo Montalva, passe a 910 euros, com efeitos a Janeiro deste ano, bem como a actualização do subsídio de refeição e 35 horas de trabalho semanal. Nas reivindicações inclui-se o direito ao gozo da Terça-feira de Carnaval, que a empresa recusa desde que, em 2016, caducou o contrato colectivo de trabalho da indústria de carnes.
No início da greve, ocorreu uma concentração, junto das instalações no Montijo, onde interveio Isabel Camarinha, Secretária-Geral da CGTP-IN. Uma delegação do PCP e da CDU, com Paula Santos, primeira candidata no círculo eleitoral de Setúbal, esteve presente, reafirmando solidariedade com a luta.
A FIEQUIMETAL convocou, para ontem e anteontem, uma greve nacional nas empresas prestadoras de serviços no Grupo EDP, maioritariamente nas lojas e centros de contacto, pela valorização urgente dos salários e das funções dos trabalhadores. Para tarefas iguais, devem ser garantidos salários e direitos iguais, aplicando a todos os trabalhadores o Acordo Colectivo de Trabalho da EDP.
Para ontem, durante a greve, o SITE Centro-Norte convocou uma acção de protesto, em Seia.
No exterior dos armazéns da Sonae, em Vila Nova da Rainha e na Azambuja, o CESP realizou, na segunda-feira, dia 12, uma «caravana de plenários», persistindo na exigência de que a associação patronal APED retome a negociação do contrato colectivo de trabalho, parada desde 2016.
De tarde, junto dos armazéns na Azambuja, esteve com os trabalhadores a Secretária-Geral da CGTP-IN. Também António Filipe, do Comité Central do PCP, saudou a luta, por melhores salários, pela valorização das carreiras e em defesa de direitos.
Uma greve desde sábado, dia 10, até ontem, decorreu na Varandas de Sousa, para dar força à exigência de aumentos salariais, entre outros pontos inscritos no caderno reivindicativo, apresentado em Dezembro.
Na Aunde, em Vendas Novas, para exigirem respostas patronais para os problemas de segurança e saúde no trabalho e outras matérias do caderno reivindicativo, reuniram-se em plenário, no dia 9, e convocaram para ontem uma paralisação de uma hora.