Com a luta e a força da CDU abrir caminho à alternativa

A confiança de que é mesmo possível uma vida melhor, de que é possível derrotar os projectos reaccionários, esteve muito presente no Encontro Nacional. Mudança de rumo que implica – é mesmo a sua condição - o reforço do PCP e da CDU.

Trata-se de concretizar uma política alternativa, patriótica e de esquerda, porque «não estamos condenados à política de direita» que tornou o País «mais empobrecido e dependente», argumentou Paula Santos, inconformada com o quadro de «um povo a viver com dificuldades», ao mesmo tempo que os «grupos económicos obtêm lucros fabulosos».

Uma alternativa que se constrói a partir da ligação estreita aos trabalhadores, aos jovens, aos reformados. E às mulheres, cujo «papel e lugar» na CDU foi valorizado por Fátima Bento, destacando que é na Coligação que elas «transformam os seus sonhos em luta» e contribuem para «um Portugal mais justo».

Ligação que se torna ainda mais imprescindível com os trabalhadores e as suas lutas, no entender de António Magrinho, que relevou a importância desses contactos à porta das empresas no sentido do esclarecimento, já que é «nos locais de trabalho que tudo se decide». É disso exemplo a luta dos trabalhadores da Nobre Alimentação, em Rio Maior, sobre a qual se pronunciou Gisela Matias, ciente de que as lutas são cruciais para uma mudança de rumo no País e que é o Partido a força agregadora capaz de a protagonizar.

Francisco Lopes foi mais longe e considerou a «luta organizada dos trabalhadores e das massas» o «elemento determinante» para a construção da alternativa, observando que nas próximas eleições dar «mais força ao PCP e à CDU é o resultado que fará a diferença». «Mais votos, mais deputados, é mais força para o aumento dos salários e pensões, para reforçar o SNS e a Escola Pública, para garantir o direito à habitação», explicitou, entre um conjunto de outras medidas essenciais a uma vida melhor.

«Luta organizada que ganha força em torno de questões concretas», disse Jessica Pereira, seja no plano laboral, seja por via do protesto em tribunas públicas ou concentrações em defesa do SNS, de melhores transportes, exemplificou. Bandeiras de luta, sempre com o apoio da JCP, que não têm faltado também aos jovens por justas reivindicações, como na secundária da Baixa da Banheira, «por melhores condições materiais» ou nas Caldas da Rainha, por melhores residências públicas», relatou Catarina Menor.

«É junto do povo que a CDU e o Partido se reforçam», sublinhou, por seu lado, Fernando Teixeira, para quem é fundamental «estar lá, onde as injustiças acontecem», porque «é no desenvolvimento do trabalho unitário que a CDU tem a sua expressão mais concreta» e «falar com outros é uma oportunidade para esclarecer».

Dar a conhecer, por exemplo, a «consistência do trabalho autárquico da CDU», como nas três juntas de freguesia sob sua presidência em Viana do Castelo, de que deu testemunho Celestino Ribeiro, sustentando que «quem confia na CDU nas autarquias tem razões para votar na CDU para a Assembleia da República».

Reforçar o Partido

As questões de organização não passaram à margem do Encontro, tendo João Delgado afirmado a «importância» das mesmas «para a preparação, orientação e funcionamento geral do Partido», bem como para o «trabalho de massas», onde se incluem as eleições.

O reforço do PCP é de resto uma questão fundamental, porque os «seus valores e papel fazem falta na sociedade portuguesa», destacou Patrícia Machado, que, recordando a «ligação dialéctica entre o reforço orgânico e a luta de massas», frisou ser «este o tempo privilegiado para dar a conhecer o projecto do partido».

Reforço do PCP do qual é também seu elemento estruturante a independência financeira, já que o «Partido não depende nem quer depender do Estado», «depende só dos seus próprios meios, o que é um valor político e tem um carácter distintivo», como sublinhou Manuela Pinto Ângelo. E porque é necessário «assegurar os meios financeiros para responder a tão ampla actividade», há que planificar a acção de recolha de fundos, definir objectivos, apelar à contribuição dos militantes e amigos», afirmou, convicta de que «é possível reforçar a capacidade financeira do PCP».

Na batalha da mobilização e do esclarecimento não menos importante é o envolvimento dos mais de dois mil eleitos da CDU, homens e mulheres, enfatizou João Ferreira, que «são a cara da CDU junto da população, a sua voz junto das instituições, que assumem, constroem e concretizam o projecto da CDU», a «força diferente daqueles que são todos iguais».

Dito de outro modo, como frisou Jaime Toga, «afirmar a CDU como a força dos valores de Abril, o grande espaço de convergência, a força de confiança, força de palavra na luta por uma vida melhor».

Força transformadora

«Só haverá política de esquerda com a força da CDU e só há força da CDU com votos na CDU», realçou João Oliveira, seguro de que é «uma votação reforçada na CDU que contribui para abrir o caminho da alternativa e que deixa esse objectivo mais próximo de ser alcançado». Antes, desmontara a ideia de que é o PS que «pode salvar o povo da política de direita e libertar o País das amarras e imposições externas», ou combater as forças reaccionárias. Trata-se de uma ilusão, advertiu o primeiro candidato da CDU nas eleições para o Parlamento Europeu, argumentando que esse combate «não se faz com proclamações gongóricas» ou «vazias de conteúdo», não sendo menor a ilusão de que «votando no PS se dá força à convergência para uma política de esquerda».

«É com o reforço da CDU que se avança», insistiu, antes de expressar a confiança de que «um povo convicto das suas razões, confiante na sua força, é um povo capaz de todas as transformações, por muito poderosas que sejam as forças que o explorem e oprimam».

 



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