Por uma grande campanha de massas

A confiança na construção de um bom resultado da CDU foi um traço marcante do Encontro Nacional. Há boas razões para esse clima de confiança, que a cada dia se consolida, e foram detalhadamente expostas em inúmeras intervenções. E a primeira razão reside na na própria existência de consideráveis motivos para o voto na CDU: «daqueles que antes confiaram e continuam a confiar esse apoio», «dos que não o tendo feito porque se deixaram seduzir pela chantagem do PS se apercebem agora da ilusão que alimentaram», «dos que induzidos por um suposto combate ao perigo da direita ganham consciência de que a direita não se combate com a política de direita», sumariou Jorge Cordeiro, para quem «as eleições que aí estão são um desafio e uma oportunidade».

Para além dos «muitos indecisos a convencer», há ainda muitos votos a ganhar para a CDU «porque os salários e as reformas precisam de ser aumentados, porque os serviços públicos têm de funcionar no respeito pelos direitos dos utentes e dos profissionais, porque é preciso garantir o direito à Saúde, à Educação, à Habitação, à Justiça», acrescentou António Filipe, após fundamentada crítica à forma como as sondagens são instrumentalizadas, não para «prever resultados, mas para produzir resultados».

 

Contar com as próprias forças

Daí a importância de «dependermos cada vez mais dos meios próprios para intervir», sublinhou Carina Castro, vendo nisso «não uma fraqueza» mas a garantia de que «o que de mais decisivo se joga no nosso futuro está em grande medida nas nossas mãos». A recente batalha eleitoral na Região Autónoma da Madeira demonstra-o de forma clara e disso deu nota Ricardo Lume ao lembrar como os resultados obtidos pela CDU desmentiram a campanha manipuladora que dava como certo a perda do seu eleito. A CDU não só o manteve como se reforçou em votos e percentagem, salientou, atribuindo a força da CDU à sua «ligação aos trabalhadores e ao povo, às suas lutas concretas».

Rompendo o silenciamento e distorções sobre o nosso projecto, trata-se de «saltar para a rua», «disponíveis para ouvir», falar com as pessoas sobre a «alternativa que propomos», «explicar que para a vida melhorar é hora de mudar de política», como disse Ana Mendes.

«Em cada entrega de papel, ter uma conversa», «identificar cada problema e ver como a CDU pode intervir», sugeriu Afonso Sabença, mostrando-se confiante de que «é possível construir uma campanha de massas» e contando sempre «com o potencial transformador do povo».

Foi essa ligação à vida, no fundo, que levou o jovem Manuel Calejo a aproximar-se da CDU e a encontrar nela o espaço dos que «lutam todos os dias em defesa das aspirações do nosso povo e da nossa juventude». A votar pela primeira vez, anunciou que será na CDU: «um voto consciente que começou a ser semeado quando estava no Ensino Secundário e enfrentei a injustiça dos exames nacionais, o frio nas salas de aula da minha escola», confessou.

O reforço da CDU é assim o objectivo comum ao ciclo eleitoral em curso, que «não é simplesmente a soma de três eleições». Embora de «natureza diferente», há uma «relação entre entre si» - e não a «falsa dicotomia» dos que pretendem separar questões europeias das nacionais -, esclareceu Sandra Pereira, que recordou que os deputados eleitos nas listas da CDU são os únicos deputados portugueses no Parlamento Europeu que combatem as políticas e imposições da União Europeia que impactam nas condições de vida do nosso povo.

Recuperar deputados

«Estamos em tempo de avançar», proclamou Bernardino Soares, com uma garantia: «não vamos para esta batalha para cumprir calendário. Vamos para multiplicar apoios, aumentar a percentagem e sobretudo os votos. Vamos para recuperar o deputado da CDU que tanta falta faz ao distrito de Santarém». «É preciso acreditar que é possível», «ganhar votos para a CDU no contacto rua a rua, empresa a empresa e em todo o lado onde haja gente», exortou.

Grande confiança em que «a CDU vai recuperar o seu deputado pelo círculo de Évora» expressou também Alma Rivera, ciente de que, assim, «Évora recuperará a sua voz» na Assembleia da República.

Uma convicção que assenta não só no histórico de trabalho parlamentar dos eleitos da CDU – nesta legislatura o PCP apresentou 13 propostas para o distrito e o PS nenhuma -, como

nas medidas e soluções que propõe para responder aos problemas e necessidades da região.

Dos Açores, pela voz de Aníbal Pires, apesar do contexto eleitoral «mais difícil», vieram também palavras de determinação de quem afronta uma política que agrava a exclusão e a pobreza e que está a trabalhar, com «propostas concretas», para que a CDU recupere a sua representação parlamentar na Assembleia Regional nas eleições de 4 de Fevereiro. «Com a nossa capacidade de mobilização e a força da razão», os comunistas na RA dos Açores focam-se «no trabalho de esclarecimento e de mobilização para o indispensável voto de reforço eleitoral da CDU».

Fazendo frente à política de direita e aos projectos reaccionários nas instituições, nas autarquias, no PE, na Assembleia da República, como referiu Margarida Botelho, diferenciando no PCP, com os seus aliados da CDU, a «força que faz frente aos interesses do grande capital», aos projectos reaccionários de PSD, CDS e seus sucedâneos Chega a IL, aos centros «desinformação e de promoção de ideias conservadoras, liberais, reaccionárias, que odeiam Abril».

Confiança e audácia

Porque está «por concretizar a política que Portugal precisa para fazer face à dimensão e gravidade dos problemas», e «é hora de mudar de política», ao colectivo partidário e aos seus aliados, impõe-se «um grande envolvimento» nos combates eleitorais, «capaz de construir uma forte campanha de massas, activa, criativa e dinâmica, baseada na afirmação da CDU assente no contacto directo, na informação, no esclarecimento e na mobilização para uma ruptura e uma mudança na vida política nacional», exortou Jerónimo de Sousa.

«Sim, precisamos de garantir que ninguém fica de fora destes combates», enfatizou, apontando linhas orientadoras como, entre outras, «estar lá onde estão as massas, falar com vivacidade dos problemas mais vivos e gritantes do País e dos problemas mais sentidos pelos portugueses; estabelecer laços de comunicação, de afecto e de esperança na possibilidade da mudança».

Foram por isso de confiança as palavras deixadas no final da sua intervenção, confiança no trabalho realizado, «no inquestionável papel desempenhado pelo PCP e pela CDU para levar para a frente o País e defender os interesses dos trabalhadores e do povo e com o projecto alternativo de que somos portadores».



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