«As pessoas sabem que quando a CDU e o PCP crescem a vida delas melhora»

Paulo Raimundo concedeu uma longa entrevista aos meios digitais do Partido, na qual falou sobre a sua vida, fez o balanço de um ano como Secretário-Geral do PCP, refectiu sobre o exemplo que dá aos seus filhos e debruçou-se sobre a situação política e as eleições do próximo ano.

O Avante! publica um excerto, sobre algumas das mais relevantes batalhas políticas que os comunistas e os seus aliados têm diante de si.

As pessoas sabem que quando a CDU e o PCP crescem a vida delas melhora

Por que é necessário aumentar os salários?

Cada um que faça as contas para perceber. Mas há duas razões. Uma, diria que é mais objectiva: como é que se responde ao aumento do custo de vida com os salários que existem? Isso não é possível. Nem vale a pena fazerem contas, porque se há coisa que nós temos todos muito adquirido é que a partir do dia 15 acabou, não há contas a fazer. Essa é a primeira questão.

Aumento brutal das rendas e das prestações, aumento do custo de vida em todos os bens essenciais, em tudo o que é essencial. As pessoas hoje estão a comer cada vez menos, a comprar cada vez menos, porque não conseguem aguentar. Se não houvesse mais nenhuma razão, essa era uma razão fundamental para o aumento significativo dos salários e das pensões. Não é um problema de um aumento, mas de um aumento significativo, que responda, no mínimo, à reposição do poder de compra que foi cortado. Depois há a razão de fundo. Então, quem é que põe o País a funcionar? Quem é que produz a riqueza? Quem é que cria condições todos os dias para os tais 25 milhões de euros de lucros por dia dos grupos económicos? Quem é que faz isto? Quem trabalha. (…)

É uma questão tão, mas tão óbvia, que até me custa a perceber porque é que há pessoas que ainda não perceberam a importância estratégica desta medida.

Como resolver o problema da habitação?

Quem disser que amanhã resolve todos os problemas de um dia para o outro está a mentir ou é demagógico. Isso é uma evidência. A questão é: qual é o caminho que se abre para a resolução dos problemas? E este é um dos problemas que temos enfrentado, em particular nos últimos dois anos. É que o PS não só não resolveu, como os caminhos que abriu foram contrários à resolução dos problemas.

Mas do que é que nós precisamos? Precisamos, primeiro, de combater a especulação. A segunda é um grande investimento público numa grande necessidade pública de hoje que é a questão da habitação. A habitação é, de certeza absoluta, o sector económico mais liberalizado da nossa economia. Então, é engraçado perceber o que é que seria da saúde, da educação, do conjunto de respostas públicas, se fossem no sentido daqueles que querem liberalizar todos estes sectores da economia, íamos chegar à situação que temos hoje na própria habitação.

E, portanto, é preciso combater a especulação, combater esta liberalização do sector. É preciso travar o aumento das rendas e é preciso pôr a banca, com os seus lucros, a suportar o aumento das taxas de juro. É uma questão obrigatória. (…)

O que é que é preciso fazer para salvar o Serviço Nacional de Saúde?

É preciso primeiro ter uma opção que seja exactamente de que o Serviço Nacional de Saúde responda às necessidades dos utentes e da população. Este é um princípio básico. Porque se nós temos uma opção que se afirma pelo SNS, mas depois, na prática, tudo o que se está a fazer é desmantelá-lo aos bocadinhos, parti-lo aos bocadinhos, de encerrar uma maternidade aqui para permitir que abra um hospital privado ao lado, uma opção de encerrar serviços...

Ou seja, primeira questão: o que é que nós queremos? Nós queremos um SNS que responda às necessidades. A segunda é criar-lhe condições para que assim seja. Condições, desde logo, de investimento, financeiras, e condições que permitam fixar os profissionais que fazem falta no SNS. Médicos, enfermeiros, técnicos e outros profissionais. (…) Porque os médicos, os enfermeiros, os técnicos de saúde, podendo optar, tendo condições financeiras e de trabalho, sendo respeitados, não tenho nenhuma dúvida de que optam pelo Serviço Nacional de Saúde em vez do sector privado.

(…) E há uma coisa que não pode continuar a acontecer: nós não podemos ter uma situação onde mais de metade do orçamento do Serviço Nacional de Saúde é para ser transferido para o sector privado. (...)

O 25 de Abril faz no próximo ano 50 anos. Às vezes, o PCP parece muito concentrado no passado e pouco virado para o presente e para o futuro.

(…) Se há coisa que falamos quando falamos sobre o 25 de Abril é de futuro. Desde logo, quando queremos projectar os seus valores no futuro de Portugal. Essa é que é a grande questão. Nós estamos perante uma revolução que ficou inacabada, que sofreu um processo contra-revolucionário de grande dimensão, que está aí, todos os dias. Mas os seus princípios, as suas conquistas, os seus valores, são fundamentais para o presente e o futuro. Não há nenhuma dúvida sobre isso.

E mesmo a Constituição da República, também ela muito mutilada, concentra os elementos centrais. Se ela fosse respeitada e concretizada na vida de todos os dias, a vida era muito melhor, tínhamos um país muito melhor. (…)

O que é que vai fazer o PCP depois das eleições?

Vai fazer o mesmo que faz todos os dias: vai continuar a lutar, a abrir o caminho para esse Portugal ter futuro. Disso não há nenhuma dúvida. (…) Vamos fazer aquilo que temos feito sempre: crescer, alargar, esclarecer, mobilizar, ir buscar força e confiança às pessoas, dar-lhes ânimo, porque a batalha não acaba no dia 10 de Março. A batalha vai continuar.

Do que é que precisamos? Do que é que os trabalhadores e o povo precisam? Precisam que o PCP e a CDU, depois do dia 10, estejam em melhores condições para travar essa batalha que vai continuar e não acaba no dia 10. E estamos muito convencidos de que assim vai ser. (…)

O que é que diria para as pessoas votarem na CDU nestas eleições?

Confiem na força de confiança! As pessoas sabem, as pessoas sabem que quando a CDU e o PCP crescem a vida delas melhora. Foi assim em todos os momentos. E sabem com o que é que contam. As pessoas quando votam no PCP e na CDU não votam às escuras, sabem que aqui está um porto seguro, uma força coerente que estará em todos os momentos para apoiar o que é bom e para travar o que é mau, venha lá de onde vier.

E isso dá-nos uma grande segurança e uma grande confiança. E que cada voto que venha para a CDU, é o tal voto de protesto, de indignação, também de soluções, e acima de tudo, um voto de esperança, porque as pessoas também precisam de esperança. (…)


E foi com esta ideia de determinação, confiança e alegria, valorizando a luta, afirmando o PCP e a CDU, que Paulo Raimundo concluiu a sua entrevista, que pode ser lida na íntegra em www.cdu.pt





Mais artigos de: PCP

Esclarecimento e mobilização em defesa de quem trabalha

O PCP esteve, durante o dia de ontem, em locais de trabalho por todo o País. Muitos foram os militantes que contactaram e esclareceram trabalhadores sobre os quatro projectos de alteração à legislação laboral que se discutiram, no mesmo dia, na Assembleia da República. Numa destas acções, na Matutano do Carregado, em Alenquer, esteve Paulo Raimundo.

Beja não cai em ilusões e vai dar a sua confiança e apoio à CDU

«Não há ilusões vindas do PS, não há tentativas de limpeza de imagem do PSD e do CDS e dos que na altura lá estavam e que agora se passaram para a IL e o Chega(…); não há sondagens, por muitas que sejam», capazes de alterar a realidade: «é a CDU que cá está, que nunca faltou nem faltará. É a CDU que merece e vai ter a confiança desta gente de trabalho e desta terra de trabalho», sublinhou o Secretário-Geral do PCP sexta-feira, na Vidigueira.

Distrito de Braga ficará a ganhar com eleitos da CDU

Animados e confiantes para a batalha eleitoral que se avizinha, foi assim que se mostraram os muitos militantes, amigos e apoiantes do PCP e da CDU que participaram, no dia 16, no jantar de fim ano da Organização Regional de Braga do Partido. Foi na Cantina da AGERE que Paulo Raimundo enfatizou a necessidade de se alterar o rumo do País já no próximo dia 10 de Março.

Expressões de apoio e confiança em visita na Malveira

Eleitos e dirigentes locais do PCP acompanharam, no dia 14, Paulo Raimundo numa acção de contacto com populares e comerciantes na Feira da Malveira, em Mafra. Na iniciativa, onde os comunistas receberam várias palavras de reconhecimento pela defesa intransigente de quem vive do seu trabalho, foram distribuídos panfletos...

Faleceu Antónia Dimas

Faleceu, no passado dia 11 de Dezembro, a camarada Antónia Dimas, com 79 anos. Nascida em Évora, aqui iniciou a sua actividade política, na Oposição Democrática, vindo a ser dirigente distrital da CDE e activista do Movimento dos Professores pela Paz. Aderiu ao Partido em 1969 e manteve...