Solidariedade não esmorece pela paz e pela Palestina

A época festiva que se vive não desmobiliza a solidariedade com o povo palestiniano e a exigência de paz no Médio Oriente. Houve acções nos últimos dias, em vários pontos do País, e há outras já marcadas.

Israel comete em Gaza o mais atroz massacre deste século

Para domingo, 14 de Janeiro, às 15 horas, o CPPC, a CGTP-IN, o MPPM e o Projecto Ruído – Associação Juvenil convocaram mais uma manifestação para Lisboa. «Pela Paz no Médio Oriente, Pela Palestina independente! Pela necessidade de pôr fim à agressão e de pôr fim ao massacre! A Palestina Vencerá!» – afirmam, no cartaz já divulgado nas redes sociais das quatro organizações. Para breve está a divulgação do apelo.

Hoje mesmo, 21, a partir das 18h00, o CPPC e o MPPM realizam mais uma iniciativa de solidariedade, também em Lisboa: é no Largo 1.º de Dezembro, entre o Rossio e a Rua do Carmo e a ideia é tirar fotografias com mensagens de solidariedade e partilhá-las depois nas redes sociais. «No Natal, estamos com a Palestina», salientam os promotores.

Por um cessar-fogo imediato e duradouro
Anteontem ao final do dia, no Porto, realizou-se um cordão humano entre o largo da estação de Metro da Trindade e a Avenida dos Aliados promovido pelas mesmas quatro organizações que convocam a manifestação de Lisboa. Durante o percurso, centenas de pessoas gritaram «Não à guerra! Não ao massacre! Palestina vencerá!». No final, junto à árvore de Natal instalada na praça Humberto Delgado, foram proferidas as intervenções: José António Gomes, pelo MPPM; o professor Henrique Borges; Miguel Ângelo, pela USP/CGTP-IN; Ilda Figueiredo, pelo CPPC. A apresentação foi assumida por Taylor, do Projecto Ruído.

Os oradores valorizaram as inúmeras acções que um pouco por todo o País têm levantado bem alto a defesa da paz e dos direitos do povo palestiniano. Denunciaram a impunidade de Israel, que com o apoio dos seus aliados de sempre – os EUA – continuam a massacrar a população de Gaza e a agredir os palestinianos da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. Perante aquele que é o massacre mais atroz deste século, acrescentaram, exige-se um cessar-fogo imediato, duradouro e sustentado. Precisamente o que reclamaram 153 Estados na Assembleia Geral das Nações Unidas e têm reivindicado, desde há mais de dois meses, milhares de pessoas em Portugal e milhões em todo o mundo.

«Nada justifica o massacre que Israel continua a levar a cabo», insistiram os oradores, lembrando as terríveis consequências de décadas de brutal ocupação, ampliação de colonatos, cerco, repressão, violências e discriminações de todo o tipo contra o povo palestiniano. Para lá do urgente cessar-fogo, reclamou-se ajuda humanitária e a reconstrução da Faixa de Gaza, o fim da violência de militares e colonos na Cisjordânia, a criação e reconhecimento do Estado da Palestina.

Mãos dadas e bandeiras
No sábado, 16, realizou-se um Cordão Humano pela Palestina, que ligou quatro locais simbólicos da capital: o Hospital de Santa Maria, a Embaixada dos EUA, a Embaixada de Israel e a Maternidade Alfredo da Costa. O deputado do PCP Bruno Dias esteve presente, assim como grupos mobilizados pela JCP, CPPC e MPPM.

No dia 14, várias bandeiras foram colocadas em diversas praças e rotundas de Coimbra, numa forma original – e bem visível – de demonstrar a solidariedade com o povo palestiniano e exigir a paz no Médio Oriente e a liberdade para a Palestina, numa acção promovida pelo CPPC.

 

PS e direita contra voto pelo Estado da Palestina

A Assembleia da República rejeitou esta terça-feira, 19, o projecto de resolução do PCP que recomendava ao Governo o reconhecimento do Estado da Palestina. Contra estiveram PSD, Chega, IL e a maioria da bancada do PS, votando a favor, ao lado dos deputados comunistas, BE, PAN, Livre e 26 deputados do PS. Uma iniciativa do BE com recomendação idêntica ao Governo teve igual desfecho. De entre as oito resoluções que estiveram em debate apenas foram aprovadas as do PS, PAN e Livre.

No texto apresentado pelo PCP o Governo era instado a reconhecer o Estado da Palestina «nas fronteiras anteriores a 1967 e com capital em Jerusalém Oriental, conforme determinado pelas resoluções das Nações Unidas».

Solução esta há muito consensualmente reconhecida como impreterível - mas sempre adiada. E por isso, como sublinhou no debate o deputado Bruno Dias, é um absurdo que o Governo português reconheça apenas Israel - Estado ocupante – e, ao arrepio das Nações Unidas, não reconheça a Palestina, cujo povo «aguarda há décadas pela concretização do seu legítimo e inalienável direito a um Estado soberano, independente e viável».

 

 



Mais artigos de: Nacional

Reorganização não serve as populações de Loures

Na reunião de 13 de Dezembro da Câmara Municipal de Loures, a CDU apresentou uma moção «Contra a reorganização dos serviços de saúde que não serve as populações e pelo real investimento nos hospitais de referência que servem o concelho». A iniciativa aconteceu depois de ter sido publicado o Decreto-Lei n.º 102/2023, o...

PEV considera conclusões da COP 28 insuficientes

O Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV) considera que a COP 28, que decorreu num dos países que é um dos maiores produtores de petróleo, o Dubai, terminou com um acordo que pode-se tornar «mais uma declaração de intenções, especialmente tendo em conta outros acordos assumidos anteriormente que depois não são cumpridos»...