Trabalhadores na miséria em transnacionais dos EUA

Empresas transnacionais norte-americanas mantêm trabalhadores na miséria devido a baixos salários e ao incumprimento de direitos, denunciou o relator especial da ONU sobre extrema pobreza e direitos humanos, Olivier de Schutter.

6,3 milhões de trabalhadores são considerados pobres nos EUA

«Preocupa-me extremamente que trabalhadores de algumas das companhias com maiores lucros no mundo, num dos países mais ricos do planeta, enfrentem dificuldades para pagar a comida e o aluguer da casa», afirmou no dia 3, em Genebra, aquele funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU).

O professor universitário belga explicou que cerca de 6,3 milhões de trabalhadores são considerados pobres nos EUA e que esse país «está muito atrás de outros países desenvolvidos em matéria de políticas salariais, protecção laboral e direitos de associação».

Mencionou três exemplos: a empresa Amazon, uma das líderes do comércio electrónico global; a cadeia de lojas Walmart; e a multinacional da área de entrega de alimentos a domicílio DoorDash. Em cartas separadas, Schutter solicitou às três empresas que justificassem as repetidas alegações sobre as baixas remunerações que obrigam os trabalhadores a recorrer a programas de assistência governamental para poder subsistir.

A esse respeito, criticou o uso de classificações laborais como «contratados independentes», as quais afectam direitos, entre eles o direito ao salário mínimo.

Empresas multimilionárias «deveriam estabelecer modelos de condições laborais e empregos, em vez de violar os direitos humanos dos seus trabalhadores ao não lhes pagar um salário decente», considerou o experto.

Um recente relatório do governo dos EUA reconheceu que trabalhadores das grandes corporações encabeçam a lista de ajudas federais para a alimentação e assistência médica, concedidas habitualmente a desempregados e a pessoas com rendimentos muito baixos.

De acordo com Schutter, «supõe-se que um emprego deveria servir para sair da pobreza, mas nas três companhias o modelo de negócio parece ser o de transferir os custos operacionais para os cofres públicos, fazendo que os trabalhadores dependam de ajudas governamentais para complementar uns salários miseravelmente baixos».

A Amazon e a Walmart, concluiu ainda, têm políticas agressivas contra os sindicatos visando reduzir a capacidade de negociação de salários por parte dos seus trabalhadores.





Mais artigos de: Internacional

Israel agrava repressão e drama humanitário

Prossegue o massacre israelita na Faixa de Gaza, iniciado há mais de 40 dias, ao mesmo tempo que se intensifica a repressão nos outros territórios da Palestina ocupada. Em Israel, comunistas e outros democratas protestam contra «a escalada do fascismo» e exigem o fim da guerra.

Povo sarauí prossegue luta pela independência

O Conselho de Segurança das Nações Unidas prorrogou até 31 de Outubro de 2024 o mandato da Minurso, que tem por objectivo a realização de um referendo no Sara Ocidental sobre a autodeterminação do povo sarauí.

Argentinos voltam às urnas para eleger novo presidente

Na Argentina, os eleitores vão às urnas escolher o chefe do Estado, no próximo dia 19, na segunda volta das eleições presidenciais. De um lado está Sergio Massa, o candidato mais votado na primeira ronda e apoiado pela União pela Pátria, que integra também forças de esquerda e progressistas; e, do outro lado, Javier...

Moçambique: FRELIMO vence eleições autárquicas

As sextas eleições autárquicas em Moçambique, realizadas no dia 11 de Outubro, foram ganhas pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), que conquistou 64 dos 65 municípios em disputa, de acordo com os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições. Na cidade da Beira, capital da província de Sofala, o...

Milhares em greve no Canadá

No Canadá, cerca de 65 mil docentes da província de Quebec vão começar no próximo dia 23 uma greve, segundo um comunicado da Federação Autónoma de Educação (FAE). A estrutura sindical garante que as consequências da incompreensão do governo relativamente às condições salariais dos docentes e o seu alheamento face aos...

«Os nossos corações batem em uníssono…»

Líder revolucionário que organizou e dirigiu a luta vitoriosa de libertação nacional dos povos da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, Amílcar Cabral, cujo centenário é assinalado no próximo ano, foi um ardente patriota e convicto internacionalista. Patriota, dedicou-se por completo à luta pela independência e emancipação dos...