Quem são os terroristas?
Completa-se esta semana um mês sobre o início da guerra na Faixa de Gaza. Como temos afirmado, lamentamos todas as vidas de civis perdidas neste conflito. Aqueles que, como nós, defendem a paz no Médio Oriente e afirmam que ela só será possível com o respeito pelos direitos do povo palestiniano, são aqueles que desde o início afirmaram que todas as vidas têm o mesmo valor e que por isso são condenáveis ataques contra populações civis seja qual seja a sua nacionalidade.
Não há lama, manipulações, preconceitos, truncagens ou fanatismos sionistas que consigam apagar esta verdade.
Sem mais nada para argumentar, os defensores do massacre israelita em Gaza continuam a insistir como discos riscados na tese dos «ataques bárbaros do Hamas», no «direito de defesa de Israel» e na tese da «guerra entre Israel e o terrorismo», ignorando a catástrofe destes 31 dias e tudo o que está para trás do dia 7 de Outubro, como se não fosse essa a razão de fundo de tudo o que se está a passar. Tentam «marcar» os defensores do povo palestiniano e da paz justa e duradoura como terroristas ou seus apoiantes, tal como o fascista Netanyahu faz.
Mas há algo que essa gente – comentadores, alguns (poucos, felizmente) jornalistas «encartados», dirigentes partidários da direita mais ou menos trauliteira ou mesmo de alguma social-democracia – não consegue apagar. É que essa sua cínica hipocrisia que chega ao ponto de questionar a veracidade dos dados sobres as vítimas palestinianas, que defende o que até já a ONU não consegue tolerar e que papagueia até à exaustão o discurso extremista do governo de Israel, não consegue, por mais mentiras que vomitem, conferir um aspecto «humano» ao seu criminoso apoio à barbárie que Israel está a levar a cabo em Gaza.
10.022 mortos, 1050 famílias com vários membros mortos, 25.408 feridos, mais de 2500 pessoas desaparecidas, 1,5 milhões de deslocados, 267 escolas destruídas ou danificadas, 113 instalações de saúde atacadas, 16 hospitais e 32 centros de saúde fora de serviço, assassinato de 198 profissionais de saúde, 89 funcionários das Nações Unidas e 47 jornalistas. É esta a dimensão da catástrofe e do massacre. Números que ficarão colados à pele de todos aqueles que continuam a defender o terrorismo de Estado de Israel e a atacar quem resiste e luta pela paz no Médio Oriente.