Mundo reclama pela 31.ª vez o fim do bloqueio contra Cuba

Por esmagadora maioria – 187 votos a favor, dois contra e uma abstenção –, os países de todo o mundo, representados na ONU, manifestaram-se uma vez mais pelo imediato levantamento do bloqueio dos Estados Unidos da América contra Cuba.

Rejeição internacional do bloqueio é «nova vitória do povo cubano e da sua Revolução»

A resolução apresentada por Cuba, demonstrando a necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos EUA, foi aprovada, no dia 2, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, com 187 votos a favor. O texto, apoiado maioritariamente pela 31.ª vez, recebeu apenas dois votos contra, dos EUA e Israel, e uma abstenção, da Ucrânia.

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, considerou este resultado «uma nova vitória do povo cubano e da sua Revolução, o reconhecimento e apoio da comunidade internacional ao heroísmo e à resistência de Cuba, assim como o triunfo da dignidade e da valentia» do seu povo.

O dirigente cubano qualificou de «ridículo» o discurso do representante norte-americano e assinalou que as palavras do diplomata, cheias de mentira, calúnias e hipocrisia, deveriam envergonhá-lo perante a condenação imensamente maioritária da política «genocida, injusta e criminosa» dos EUA.

Prejuízos imensos

A resolução reconhece o bloqueio como o elemento central da política de Washington face a Cuba desde há mais de seis décadas. Os seus efeitos não deixaram de se sentir nem por um dia pela população, da qual 80 por cento só conhece o seu país sob bloqueio. Os prejuízos provocados por essa política entre 1 de Março de 2022 e 28 de Fevereiro de 2023 ascendem a 4.867 milhões de dólares.

Tais números reflectem o recrudescimento das medidas de bloqueio sobre as exportações cubanas, principalmente no sector turístico; a implacável obstrução às operações bancárias-financeiras do país; os custos da deslocalização geográfica do comércio; os efeitos na produção e nos serviços à população; assim como os obstáculos para aceder a tecnologias de ponta.

Segundo estimativas do governo cubano, os imensos prejuízos causados pelo bloqueio dos EUA contra Cuba ultrapassam os 405 milhões de dólares mensais, o equivalente a um milhão de dólares de duas em duas horas.

As Nações Unidas reconheceram que a continuidade desta política contra Cuba e a inclusão do país na ilegítima e hipócrita lista elaborada pelos EUA de países «patrocinadores do terrorismo» são incompatíveis com um sistema internacional baseado no direito.

Para o organismo internacional, a actuação dos EUA face a Cuba é uma manifestação flagrante do exercício do poder político e económico em clara violação dos direitos humanos, incluindo o acesso ao desenvolvimento. Mais: os efeitos destas medidas são tão óbvios como inadmissíveis, de acordo com a Carta das Nações Unidas e os princípios do direito internacional.

Por tudo isto, a ONU instou os países subscritores da resolução a manter os esforços para pôr fim à injusta negação do direito de Cuba à autodeterminação e ao desenvolvimento.




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