Candidato da direita eleito presidente do Equador
Daniel Noboa foi eleito presidente do Equador e terá agora a responsabilidade de governar um país que atravessa uma das piores crises económicas e de segurança da sua história.
Na segunda volta da eleição, no domingo, 15, Noboa, apoiado pela direita, unida na Acção Democrática Nacional (ADN), obteve 52,21 por cento dos votos. A sua opositora, Luisa González, candidata do movimento de esquerda Revolução Cidadã (RC), conquistou 47,79 por cento dos votos.
«Desta vez não conseguimos ganhar. Enfrentámos poderes enormes. Até foi assassinado um candidato para evitar a nossa vitória. A traição de Lenin Moreno continua a causar estragos, mas ninguém duvide que, no futuro, o Equador voltará ao caminho do desenvolvimento e da integração latino-americana», declarou o ex-presidente Rafael Correa, líder da RC.
Luisa González afirmou ao presidente eleito que poderia contar com a RC para reconstruir o país, que aprovaria as propostas que coincidam com as suas, mas que os seus votos no parlamento não serviriam para apoiar propostas como a privatização da saúde ou da educação. «Nós fomos claros», afirmou Luisa González, «a saúde e a educação devem ser públicas, de qualidade e gratuitas. O direito ao trabalho, o salário mínimo, a filiação ao Instituto Equatoriano de Segurança Social (IESS), o respeito pelas terras ancestrais, tudo isso é fundamental para fazer avançar este país».
Com mais de 39% dos votos, a Revolução Cidadã elegeu a maior bancada do parlamento equatoriano, podendo impedir reformas constitucionais, que exigem o apoio de dois terços dos deputados.
Noboa – herdeiro de um dos empresários mais ricos do país – representa a continuidade da política do presidente cessante, Guillermo Lasso, banqueiro que impulsionou um projecto neoliberal, que favorece os grupos económicos.