A conversa coroou a exposição Uma vida de combate pela igualdade e emancipação social que esteve patente, de dia 18 a 29, na biblioteca de Alcântara, para celebrar o centenário do nascimento da resistente antifascista e militante comunista. Como oradores teve Modesto Navarro, escritor e membro da Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP, Fátima Amaral, do Conselho Nacional do Movimento Democrático de Mulheres, e Manuela Bernardino, do Conselho Nacional da União de Resistentes Antifascistas Portugueses.

Os detalhes, dificuldades e a pobreza extrema vividas durante o fascismo na freguesia de Alcântara, foram elementos abordados por Modesto Navarro. Caracterização essencial para perceber o ambiente em que Alda Nogueira nasceu e começou a tomar consciência política.

Fátima Amaral, por sua vez,esclareceu os presentes sobre o empenhamento da destacada militante comunista no que se refere ao papel das mulheres na luta contra o fascismo, por melhores salários, condições de vida, pela Paz e na defesa de um vasto conjunto de direitos das mulheres na sociedade e no trabalho.

Também o período de clandestinidade, em que Alda Nogueira entrou em 1969 e esteve durante dez anos, foi abordado por Manuela Bernardino. Depois de presa pela PIDE, a militante nunca falou, mesmo depois de torturas e mais de nove anos, em Caxias, em isolamento total.

A conversa contou com um alargado conjunto de participações de quem assistiu, das quais se destacou António Vilarigues, filho de Alda Nogueira, que partilhou detalhes da sua difícil infância vivida longe da mãe.

No dia 29, A Revolução de Abril e os direitos das mulheres encerrou o ciclo de conversas e a exposição que se realizaram naquele espaço.