«Fake», vampiros e luta
«Fake» é como os média dominantes, em que pesa mais a política de direita dita «civilizada», de PS, PSD, CDS e IL, falam da campanha sem escrúpulos democráticos do CH e do seu chefe, de notícias falsas com imagens também falsas roubadas ao Público e à Renascença, com provocações xenófobas e protofascistas desse fulano sobre imigração e insegurança.
Não que estas «fake», ou o facto de, até ver, passar incólume a violação da lei, sejam novidade. São mentiras muito «rodadas», que dimanam da lógica intrínseca do sistema ideológico-mediático imperialista, de exploração, opressão, mistificação e guerra uber alles (acima de tudo) contra os trabalhadores e os povos. E a verdade é que, nos diversos planos – Ucrânia, crise capitalista, exploração, eleições –, as «fake» vão-se intensificar e agravar.
E abundam os grandes negócios mediáticos. É o caso de dois grupos de interesses, cada um com cerca de 80 milhões de euros – a Media Capital (TVI, CNN,) e uns empresários e quadros da casa –, que combatem entre si para tomar conta do Grupo Cofina (CMTV, CM, Sábado). Como é «normal» nesta «crise dos média», o desfecho serão ganhos brutais para o capital, miséria para os trabalhadores e para as empresas logo se vê.
Nesta guerra intercapitalista surge o editorial (de 21/09) de E. Dâmaso, «Director-geral editorial adjunto» do C. Manhã (ex-director de quase tudo na Cofina), cujo título é «vampiros do jornalismo» e que se cita pelo diagnóstico: «os maiores perigos (para o jornalismo) vêm da canibalização pela política e o poder económico, pela influência mediática de obscuros grupos de interesses», (e) «propriedade opaca das empresas, com dinheiro de origens mais que duvidosas que atacam o jornalismo», «a perda de poder das redacções não se resolve com subsídios aos jornalistas» (mas que servem os média dominantes e as negociatas, digo eu). O diagnóstico de Dâmaso é inconsequente e sem alternativa, embora saúde a grande greve dos trabalhadores da TSF, que o PCP valoriza e apoia.
A alternativa está na luta dos jornalistas e trabalhadores dos média em defesa de direitos, individuais e colectivos, consagrados na Constituição, contra a concentração do poder económico nos média, na luta de todos os trabalhadores e do povo pela liberdade, por um Portugal com futuro.