Embaixada de Cuba nos EUA foi alvo de novo ataque terrorista
A embaixada da República de Cuba nos Estados Unidos da América (EUA) foi objecto de um ataque terrorista, na noite de domingo, 24, perpetrado por um indivíduo que lançou duas bombas incendiárias artesanais contra as instalações diplomáticas em Washington, denunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros cubano, Bruno Rodríguez.
Não se registaram danos pessoais, explicou o ministro cubano, recordando que, nos últimos anos, trata-se do segundo ataque violento contra a embaixada na capital norte-americana. Em Abril de 2020, um indivíduo armado com uma espingarda de assalto disparou contra a sede diplomática, provocando estragos materiais no imóvel.
O chefe da diplomacia cubana acusou grupos anticubanos nos EUA da autoria do ataque, escrevendo que tais grupos «recorrem ao terrorismo ao sentir a impunidade» e recordou que o governo cubano «alertou» as autoridades norte-americanas «reiteradamente» sobre esta situação.
Segundo registos oficiais em Havana, pelo menos 581 actos de terrorismo de Estado foram levados a cabo contra representações diplomáticas de Cuba desde o triunfo da Revolução, em Janeiro de 1959, incluindo o atentado contra a Embaixada de Cuba em Portugal, em 1976, que provocou a morte de dois diplomatas cubanos.
Em relação ao incidente ocorrido no domingo, a embaixadora cubana em Washington, Lianys Torres Rivera, informou que comunicou o caso às autoridades norte-americanas, a quem foi concedido acesso às instalações da missão diplomática para a recolha de vestígios dos dois «coktails Molotov» lançados. A embaixada publicou nas redes sociais fotografias da sede diplomática após o ataque terrorista.
O ataque à embaixada de Cuba em Washington foi de imediato repudiado por vários governos, entidades e personalidades, mas não pelos EUA que, 24 horas depois, mantinham silêncio sobre o assunto.
Na manhã de segunda-feira, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, escreveu que «o ódio lançou à noite, outra vez, um ataque terrorista contra a nossa embaixada em Washington, num acto de violência e de impotência que podia ter custado valiosas vidas. Denunciamos o ataque e esperamos acção das autoridades norte-americanas».
O ataque ocorreu poucas horas depois do presidente Miguel Díaz-Canel e do ministro Bruno Rodríguez terem regressado a Havana, após uma permanência de uma semana em Nova Iorque para participar na sessão de abertura e no segmento de alto nível da Assembleia-Geral das Nações Unidas, período em que a delegação cubana manteve intensa actividade diplomática.
Em Cuba e nos EUA repudia-se o terrorismo
Autoridades e organizações sociais de Cuba manifestaram a sua condenação do ataque terrorista contra a embaixada do país caribenho em Washington. O primeiro-ministro Manuel Marreno repudiou energicamente todo o acto de terrorismo e lembrou que o ataque foi o segundo contra a sede diplomática cubana nos EUA em três anos.
A primeira secretária da União de Jovens Comunistas, Aylín Álvarez, sublinhou que a nação cubana deseja a paz para todos os povos e assinalou a duplicidade moral dos EUA ao manter Cuba numa ilegítima e hipócrita listade ditos países «patrocinadores do terrorismo» e, por outro lado, permitir ou mesmo fomentar estes actos. De igual forma, a Secretária-Geral da Federação das Mulheres Cubanas, Teresa Amarelle, exigiu que as autoridades norte-americanas detenham os autores destes actos.
Ao mesmo tempo, nos EUA, organizações solidárias e movimentos sociais expressaram a sua condenação deste novo acto de agressão contra a missão diplomática cubana em Washington. «É uma ironia que Cuba esteja de maneira injusta numa lista de países terroristas e, ao mesmo tempo, em solo norte-americano, se cometam actos terroristas contra a embaixada e o pessoal diplomático cubano», assinala numa declaração o movimento Pontes de Amor. Organizações norte-americanas como a Associação Cultural José Martí, o movimento NEMO (Não ao Bloqueio) e a Rede Nacional de Solidariedade com Cuba repudiaram também o ataque à embaixada cubana.