Professores mantêm luta firme para valorizar escola e profissão

A FEN­PROF traçou, num en­contro na­ci­onal, o ca­len­dário de lutas por «so­lu­ções ade­quadas à in­dis­pen­sável va­lo­ri­zação da pro­fissão do­cente e da Es­cola Pú­blica», começando pela aber­tura do ano lec­tivo.

O OE de­verá atri­buir à Edu­cação verbas no valor de 6 por cento do PIB

Na se­gunda-feira, dia 11, a fe­de­ração e as ou­tras oito es­tru­turas que têm con­ver­gido na acção por aquele ob­jec­tivo, afixaram pen­dões junto a es­colas, em todos os dis­tritos, com uma men­sagem di­ri­gida às co­mu­ni­dades edu­ca­tivas lo­cais: «Pela Es­cola Pú­blica! A luta con­tinua! Faltam pro­fes­sores. É ne­ces­sário va­lo­rizar a pro­fissão e atrair os jo­vens».

Durante uma dessas ini­ci­a­tivas, em Coimbra, junto da EB 2,3 Martim de Freitas, o Se­cre­tário-Geral da FEN­PROF re­agiu aos apelos do mi­nistro, que pediu bom senso. «Os sin­di­catos têm todo o bom senso deste mundo», disse Mário No­gueira, fri­sando que aquilo que do mi­nistro se es­pera «não são apelos, são me­didas».

O di­ri­gente sin­dical, ci­tado pela agência Lusa, ilus­trou a ne­ces­si­dade de me­didas efec­tivas – e não «sim­bó­licas», como con­si­derou a re­serva de 27 ha­bi­ta­ções em Lisboa e no Al­garve – com nú­meros:

mais de cem mil alunos não te­riam aulas, se estas co­me­çassem no dia 11;

este ano lec­tivo, chegam à pro­fissão cerca de 600 pro­fes­sores, quando se prevê a apo­sen­tação de apro­xi­ma­da­mente 3500.

Os prin­ci­pais pro­blemas, a que o Go­verno tem de dar res­posta, para va­lo­rizar e tornar atrac­tiva a pro­fissão do­cente, foram elen­cados por Mário No­gueira, no dia 6, no en­cer­ra­mento de um encontro de qua­dros da FEN­PROF e dos seus sin­di­catos. Pe­rante mais de 500 acti­vistas, de­le­gados e di­ri­gentes sin­di­cais, reu­nidos na Voz do Ope­rário, em Lisboa, o Se­cre­tário-Geral lem­brou: a re­cu­pe­ração do tempo de ser­viço cum­prido, a re­so­lução das ile­ga­li­dades nos ho­rá­rios de tra­balho, a cri­ação de um re­gime es­pe­cí­fico de apo­sen­tação, o com­bate à pre­ca­ri­e­dade, a eli­mi­nação das quotas e vagas para pro­gressão na car­reira.

Na re­so­lução ali apro­vada, por una­ni­mi­dade e acla­mação, de­fende-se que, para avançar com «so­lu­ções ade­quadas à in­dis­pen­sável va­lo­ri­zação da pro­fissão do­cente e da Es­cola Pú­blica», de­verá con­tri­buir, «de­ci­si­va­mente, um Or­ça­mento do Es­tado que atribua verbas à Edu­cação no valor de 6 por cento do PIB, acom­pa­nhando o que di­fe­rentes ins­tân­cias in­ter­na­ci­o­nais re­co­mendam».

Não se al­te­rando a po­sição do Mi­nis­tério da Edu­cação, «a luta dos pro­fes­sores e edu­ca­dores irá con­ti­nuar a ser ne­ces­sária».

Neste pri­meiro pe­ríodo lec­tivo e até ser apre­sen­tada a pro­posta de OE para 2024, vão re­a­lizar-se ini­ci­a­tivas de «escla­re­ci­mento, de­bate e mo­bi­li­zação nas es­colas e agru­pa­mentos». No início de Ou­tubro, a Fen­prof as­socia-se à Se­mana Eu­ro­peia dos Pro­fes­sores com uma série de ac­ções, in­cluindo um ple­nário, dia 3, junto da re­si­dência ofi­cial do pri­meiro-mi­nistro, e uma greve na­ci­onal de pro­fes­sores e edu­ca­dores, a 6 de Ou­tubro.

A FEN­PROF «par­ti­ci­pará, ainda, em ou­tras ac­ções mais ge­rais, de­sig­na­da­mente con­vo­cadas no âm­bito da Ad­mi­nis­tração Pú­blica e da CGTP-IN, que visem va­lo­rizar o tra­balho, os tra­ba­lha­dores e os ser­viços pú­blicos», a pri­meira das quais tem lugar este sá­bado, dia 16, pelo Ser­viço Na­ci­onal de Saúde, «uma con­quista de Abril em cuja ur­gente de­fesa os pro­fes­sores e edu­ca­dores não podem deixar de se em­pe­nhar», como se afirma na re­so­lução.

 

 



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