Eram ainda 10h30 da manhã – e o termómetro marcava já mais de 30º – quando o Secretário-Geral do PCP se encontrou com os jornalistas que o esperavam junto ao que em breve será o Espaço da Juventude, espaço da Festa do Avante!, planificado, construído e assegurado pela JCP. Vários jovens desempenhavam, ali, diferentes tarefas: serravam, pregavam e, juntos, moviam um enorme toldo que garantirá sombra aos visitantes, com vista privilegiada para o Palco 25 de Abril.

Foi para lá que Paulo Raimundo se dirigiu em seguida para ouvir Madalena Santos, da Comissão de Espectáculos, destacar o rico e diversificado programa musical da edição deste ano, marcada pela comemoração dos 50 anos da Revolução de Abril. O Espaço Central, onde está a ser montada uma grande exposição sobre esse mesmo tema, foi o destino seguinte, com o dirigente comunista a conversar com os militantes mais directamente ligados à sua concepção.

Ali ao lado, Lisboa escolheu a habitação como tema, com vários murais alusivos, elaborados por diferentes artistas. Uma das responsáveis por esse espaço, mãe de dois filhos, deu o seu como exemplo da gravidade da situação nesta área: «há um mês pagava 200 euros de prestação ao banco e agora vou pagar 330.» Para Paulo Raimundo, casos como este comprovam que a política de habitação de sucessivos governos (e o Mais Habitação nada resolve a este respeito) apenas tem servido para engordar os lucros da banca e da especulação imobiliária.

Dedicação, militância
e a luta que aí está

Foi debaixo de uma agradável sombra, no Espaço Criança, que Paulo Raimundo se dirigiu aos jornalistas para apelar à participação na Festa do Avante!: aos que já lá foram e sabem o que é e significa a Festa como aos que nunca lá estiveram. A estes dirigiu um apelo específico: «venham e deixem-se deslumbrar por este espaço, por este ambiente, por esta forma de estar, por esta alegria, por esta determinação, por esta confiança, mas também por toda esta cultura, pelos espectáculos, pelo melhor que o nosso povo tem.»

Após destacar o «espírito de dedicação e de militância muito grande» envolvido na construção da Festa, o Secretário-Geral do Partido respondeu a perguntas dos jornalistas sobre questões da actualidade, destacando a necessidade de – em questões como a habitação ou a saúde – resolver os graves problemas que afectam os trabalhadores e as populações e não, como sucede, alargar o campo para lucrativos negócios florescerem com o desmantelamento dos serviços públicos e de direitos que, apesar de inscritos na Constituição, não são hoje universalmente garantidos.