No Equador, Revolução Cidadã defende necessidade de «recuperar a pátria»

A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador, Diana Tamaint, confirmou que as eleições presidenciais e legislativas vão realizar-se no próximo domingo, 20, garantindo a existência de condições de segurança, de transparência e de legitimidade na votação, após o assassinato de Fernando Villavicencio na quarta-feira, 9, em Quito, um dos oito candidatos à presidência, e tendo sido decretado o estado de emergência por 60 dias. Acrescentou que a jornada eleitoral, para a qual estão convocados mais de 13 milhões de votantes, será acompanhada por 2257 observadores nacionais e internacionais.

Uma vez que o parlamento foi dissolvido pelo actual chefe do Estado, Guillermo Lasso, que não se recandidata, os eleitos nesta votação, tanto os novos presidente e vice-presidente da República como os deputados, cumprirão apenas o que resta do mandato, até Maio de 2025. Lasso optou pela dissolução para evitar um processo contra si de destituição do cargo.

O Partido Comunista do Equador condenou o assassinato e exigiu investigações e a responsabilização dos autores materiais e intelectuais.

O PCE rejeita os intentos de suspender o processo eleitoral e de utilizar o aumento de violência com o propósito de justificar um golpe de estado, exigindo ao governo as garantias de segurança necessárias para todos os candidatos e dirigentes políticos e sociais, assim como o desmantelamento de todos os cartéis nacionais e internacionais que operam impunemente no Equador «com a cumplicidade de altos cargos do governo oligárquico vinculados à CIA».

O PCE apela à unidade de todas as forças democráticas progressistas e revolucionárias contra o crime e pelo resgate do governo nacional pelo povo.

Neste contexto político complexo e apesar da campanha «suja» movida pela direita, a candidata à presidência equatoriana pelo movimento Revolução Cidadã (RC), Luisa González, apoiada igualmente pelo PCE, continua a liderar as sondagens eleitorais.

A dupla formada por Luisa González e Andrés Arauz, candidato à vice-presidência, está à beira dos 40 por cento dos votos, suficientes para vencer sem necessidade de uma segunda volta, apesar das campanhas mediáticas de mentiras contra os candidatos da RC e o seu programa eleitoral. «Têm tanto medo da vitória cidadã a 20 de Agosto que já começaram com as suas mentiras baratas novamente», manifestou o ex-presidente equatoriano (2007-2017) e líder do movimento RC, Rafael Correa.

 

Recuperar a pátria

No passado mês de Julho, Rafael Correa já tinha denunciado as manobras da oposição para desacreditar o movimento Revolução Cidadã em vésperas das eleições antecipadas.

O ex-chefe do Estado apelou aos equatorianos a exercer o que denominou «um poderoso instrumento de justiça» através dos votos, que permitirão eleger um novo governo e dessa forma recuperar a paz e a estabilidade do país.

A RC procura vencer as presidenciais logo à primeira volta, para não repetir o que aconteceu em 2021 a Andrés Arauz, então candidato presidencial, que perdeu com Lasso na segunda volta. Nessa ocasião, uniu-se quase todo o espectro político – a direita, o centro-direita e até o centro-esquerda – contra o candidato da RC.

 



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