Docentes e investigadores contra a precariedade

Mais de uma centena de investigadores e docentes participaram, anteontem, 18, numa concentração contra a precariedade na Ciência, junto à Assembleia da República, onde à mesma hora se realizava a audição à ministra Elvira Fortunato.

90% dos investigadores científicos trabalham com vínculos precários

Convocados pela ABIC, FENPROF e outras estruturas e núcleos, os docentes e investigadores reafirmaram exigências antigas, que os têm mobilizado nos últimos anos (e com especial força nos meses mais recentes): o fim da precariedade, a substituição das bolsas por contratos de trabalho, a criação de uma verdadeira carreira profissional, a valorização do sistema científico e técnico nacional.

Para as organizações promotoras do protesto, as «manobras de diversão da ministra e do Governo sobre a proposta do mecanismo FCT Tenure, a revisão do Estatuto da Carreira de Investigação Científica (ECIC) e os Concursos Estímulo ao Emprego Científico (CEEC)» não constituem uma resposta cabal e concreta para os problemas com que estes profissionais se debatem.

Além disso, acrescentam, não houve negociação sindical no sentido de «acabar com a precarização dos investigadores (com contrato, bolsa ou vínculo pontual), docentes (falsos convidados e outros vínculos), gestores e comunicadores de ciência e técnicos de investigação, nem mesmo no sentido de resolver o problema urgente dos muitos trabalhadores científicos que verão os seus contratos terminar em breve».

O deputado eleito nas listas da CDU pelo distrito do Porto, Manuel Loff, dirigiu-se aos manifestantes pouco antes de assumir, durante a audição, a afirmação das propostas do PCP e o questionamento da ministra. O deputado criticou as políticas seguidas ao longo das últimas décadas, que levaram à existência de 90 por cento de investigadores precários, e acusou o PS de agravar e banalizar a precariedade. Afirmou, ainda, que esta situação não resulta de qualquer inevitabilidade, mas de opções políticas concretas, que podem – e devem – ser alteradas.

 



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