Não abrandam nas empresas as greves por aumentos salariais

A exigência de substanciais melhorias salariais, para enfrentar a perda de poder de compra, destaca-se nos motivos para o recurso à greve, nos últimos dias, em importantes empresas do sector privado.

Os trabalhadores persistem na luta pela urgente reposição do poder de compra

Os trabalhadores da Somincor (Castro Verde) terminam hoje dois dias de greves, de duas horas por turno, em protesto contra a imposição de um aumento salarial claramente insuficiente, a negação de negociações e a recusa de marcação de plenários.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira, ao anunciar a luta – que ontem, no primeiro piquete, contou com a presença solidária de uma delegação da Direcção da Organização Regional de Beja do PCP –, recordou que o Caderno Reivindicativo está sem resposta há seis meses. Na última reunião, a 23 de Junho, a administração da empresa do Grupo Lundin Mining, que explora a mina de Neves-Corvo, declarou ao sindicato que não pretende negociar nada e que o aumento salarial não irá além de dois por cento ou 36 euros.

Na segunda-feira, dia 17, ocorreram na Browning Viana paralisações de uma hora por turno, exigindo aumento de salários, fim da discriminação e das perseguições a trabalhadores, melhores condições de trabalho, como avançou o SITE Norte.

Com uma grande adesão à greve, de quatro horas por turno, nos dias 13 e 14 (quinta e sexta-feira), os trabalhadores da Funfrap (Grupo Tupy), em Cacia, mostraram unidade e firmeza na luta por um justo aumento salarial e melhoria das condições laborais e profissionais. Como informou o SITE Centro-Norte, exige-se uma justa e real actualização dos salários, actualização dos prémios de topo de carreira, assiduidade e antiguidade, bem como dos subsídios de transporte e de alimentação, a redução gradual do horário de trabalho para 35 horas semanais, a eliminação da precariedade na empresa.
Por estes motivos, os trabalhadores tinham feito greve a 21 e 23 de Junho.

No dia 14, a greve dos trabalhadores das lojas da EDP, no Centro e Norte, teve uma adesão acima de 90 por cento, provocando o fecho de todos os estabelecimentos, excepto o de Gondomar. Durante a greve – convocada pela Fiequimetal/CGTP-IN e que abrangeu trabalhadores que têm vínculo às prestadoras de serviços Manpower, Randstad, Egor e Armatis, a laborar nas lojas de empresas do Grupo EDP nos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu –, realizou-se uma concentração junto das instalações da EDP, no Porto (à Boavista). Aqui compareceu uma delegação da Direcção da Organização Regional do Porto do PCP, a reafirmar solidariedade com a luta.
Além de melhores condições e igualdade de remuneração e de direitos, os trabalhadores persistem na exigência de integração nos quadros da EDP, a empresa para a qual efectivamente trabalham, como se refere numa nota publicada pela Fiequimetal.

Pela quinta vez, este ano, os trabalhadores da Dan Cake fizeram greve, no dia 14, nas fábricas em Coimbra e na Póvoa de Santa Iria, em defesa de aumentos salariais e do direito à negociação, que a administração insiste em não respeitar. Um grupo de trabalhadores e dirigentes do Sintab/CGTP-IN levou os motivos da greve até junto da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, onde também esteve a Secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha.
Na semana anterior, informou o sindicato, os problemas dos trabalhadores e da empresa, em particular a venda total do património desta, foram colocados a grupos parlamentares na Assembleia da República.

Com a greve realizada na Lauak Portugal, em Setúbal, no dia 14, durante as últimas quatro horas de cada horário de trabalho, os trabalhadores, organizados no SITE Sul, deram força às suas reivindicações, apresentadas em abaixo-assinado: aumento dos salários e do subsídio de alimentação, resolução urgente de problemas de Segurança e Saúde no Trabalho e reposição do valor correspondente ao subsídio de turno no pagamento do subsídio de férias em atraso.

Desde ontem, até ao fim do ano, podem entrar em greve os trabalhadores da Sovena Oilseeds (Almada). O pré-aviso, apresentado pelo SITE Sul, indica como objectivos o aumento real dos salários e a efectiva negociação das demais matérias do Caderno Reivindicativo.

 



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