Adesão elevada na Novadis e plenário em exploração agrícola
A elevada adesão à greve dos trabalhadores da plataforma logística da Novadis, em Vila Nova de Gaia, nos dias 22 e 23, revela a «justeza da luta e das reivindicações que a sustentam», afirma o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab), avaliando o primeiro dia de paralisação.
Pelo momento em que se realizou, acrescenta, a greve teve impactos ainda mais fortes na operação da empresa, «por coincidir com festividades regionais que, habitualmente, representam um crescimento exponencial do consumo de cervejas e outros produtos de bebidas alcoólicas», desde logo o São João no Porto.
Os trabalhadores da Novadis reivindicam a integração no Acordo de Empresa da Sociedade Central de Cervejas, à imagem do que aconteceu aos trabalhadores das Águas e do Hotel do Luso. Reivindicam ainda um maior equilíbrio nas remunerações entre motoristas e ajudantes, «por entenderem que ambos assumem papel preponderante na execução das tarefas diárias, estando os ajudantes, neste momento, com um salário de apenas 15 euros acima do Salário Mínimo Nacional».
Antes da greve, denuncia o Sintab, a empresa procurou colocar entraves à realização de um plenário no local de trabalho. Impedidos de se concentrarem na habitual sala dos motoristas, realizaram o plenário no cais de carga, com todas as condições de segurança garantidas.
Organizar a luta
no sector agrícola
No dia 22, dezenas de trabalhadores da Herdade do Vale da Rosa, muitos dos quais imigrantes, participaram no plenário promovido pelo Sintab e a União dos Sindicatos de Beja. Em discussão estiveram questões relacionadas com os horários e condições de trabalho e contratação colectiva. Foi a primeira vez que este sindicato realizou um plenário nas instalações da empresa.
Em nota publicada nesse mesmo dia, o Sintab reafirma que a resolução dos problemas dos trabalhadores «passa pela sua unidade e organização e pela construção colectiva que desenvolva a luta pela defesa dos seus direitos». A luta continua, como sempre, a ser um elemento decisivo para «resistir, defender, repor e conquistar direitos».