Emigrar é um direito, mas não pode ser uma obrigação

É necessário criar condições para que as novas gerações possam ter uma vida pessoal e profissional realizada em Portugal e, ao mesmo tempo, apoiar as comunidades emigrantes, salientou Paulo Raimundo na Festa Nacional do PCP na Suíça, realizada no domingo, 28.

O PCP defende o reforço da rede consular e a gratuitidade do Ensino do Português no Estrangeiro

Falando em Echallens, na Suíça, perante dezenas de emigrantes – militantes do PCP e simpatizantes –, o dirigente comunista salientou que «emigrar deve ser um direito, uma opção, e não uma obrigação ou a única saída pela falta de perspectivas no País onde se nasce, cresce e se tem as suas raízes». Não é, porém, o que se passa em Portugal.

Enumerando as razões que levam muitos portugueses a sair do seu país, o Secretário-geral do Partido destacou o desemprego, a precariedade, os baixos salários, o agravamento da exploração e do empobrecimento, a falta de perspectivas de futuro e de realização pessoal e profissional. Ou seja, garantiu, em grande parte dos casos relacionam-se com os efeitos da política de direita do actual e dos anteriores governos, praticada ou defendida por PS, PSD, CDS, Chega e IL, com a cumplicidade e apoio de sucessivos presidentes da República.

Direitos são factor de emancipação
Assim, e para que a emigração possa efectivamente ser uma opção e para que quem o deseje possa ficar em Portugal, Paulo Raimundo garantiu que «um passo, não único, mas fundamental, para a emancipação dos jovens, para a possibilidade de constituírem família, é a melhoria das condições de vida»: a estabilidade no emprego; o aumento dos salários; o respeito pelos direitos consagrados; o acesso aos serviços públicos de saúde e educação e à habitação condigna.

Como o PCP não «vira as costas» aos emigrantes, o Secretário-geral enumerou algumas das propostas comunistas para as comunidades: a defesa de uma política de proximidade, com o reforço de meios e trabalhadores da rede consular, a gratuitidade no acesso ao ensino do Português e a contratação de mais professores para o ensino da Língua Portuguesa no Estrangeiro. É também urgente dar resposta ao crescimento de «bolsas de pobreza entre a comunidade portuguesa, em vários países», acrescentou Paulo Raimundo. «Finalmente, e não menos importante, é necessário que se garanta o regresso nas condições desejáveis a todos os portugueses que queiram fazê-lo», apontou.

O dirigente comunista referiu-se ainda à importância de continuar a reforçar e a dar mais força ao PCP, também na emigração, tendo a Festa Nacional sido aproveitada para entregar o cartão do Partido a um novo militante, recrutado na Suíça.

Intervieram ainda membros da organização do PCP naquele país de forte emigração portuguesa, ficando o momento musical a cargo da Tuna Helvética.

 



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