- Nº 2583 (2023/06/1)

Emigrar é um direito, mas não pode ser uma obrigação

PCP

É necessário criar condições para que as novas gerações possam ter uma vida pessoal e profissional realizada em Portugal e, ao mesmo tempo, apoiar as comunidades emigrantes, salientou Paulo Raimundo na Festa Nacional do PCP na Suíça, realizada no domingo, 28.

Falando em Echallens, na Suíça, perante dezenas de emigrantes – militantes do PCP e simpatizantes –, o dirigente comunista salientou que «emigrar deve ser um direito, uma opção, e não uma obrigação ou a única saída pela falta de perspectivas no País onde se nasce, cresce e se tem as suas raízes». Não é, porém, o que se passa em Portugal.

Enumerando as razões que levam muitos portugueses a sair do seu país, o Secretário-geral do Partido destacou o desemprego, a precariedade, os baixos salários, o agravamento da exploração e do empobrecimento, a falta de perspectivas de futuro e de realização pessoal e profissional. Ou seja, garantiu, em grande parte dos casos relacionam-se com os efeitos da política de direita do actual e dos anteriores governos, praticada ou defendida por PS, PSD, CDS, Chega e IL, com a cumplicidade e apoio de sucessivos presidentes da República.

Direitos são factor de emancipação
Assim, e para que a emigração possa efectivamente ser uma opção e para que quem o deseje possa ficar em Portugal, Paulo Raimundo garantiu que «um passo, não único, mas fundamental, para a emancipação dos jovens, para a possibilidade de constituírem família, é a melhoria das condições de vida»: a estabilidade no emprego; o aumento dos salários; o respeito pelos direitos consagrados; o acesso aos serviços públicos de saúde e educação e à habitação condigna.

Como o PCP não «vira as costas» aos emigrantes, o Secretário-geral enumerou algumas das propostas comunistas para as comunidades: a defesa de uma política de proximidade, com o reforço de meios e trabalhadores da rede consular, a gratuitidade no acesso ao ensino do Português e a contratação de mais professores para o ensino da Língua Portuguesa no Estrangeiro. É também urgente dar resposta ao crescimento de «bolsas de pobreza entre a comunidade portuguesa, em vários países», acrescentou Paulo Raimundo. «Finalmente, e não menos importante, é necessário que se garanta o regresso nas condições desejáveis a todos os portugueses que queiram fazê-lo», apontou.

O dirigente comunista referiu-se ainda à importância de continuar a reforçar e a dar mais força ao PCP, também na emigração, tendo a Festa Nacional sido aproveitada para entregar o cartão do Partido a um novo militante, recrutado na Suíça.

Intervieram ainda membros da organização do PCP naquele país de forte emigração portuguesa, ficando o momento musical a cargo da Tuna Helvética.