PCP comemora Abril e celebra os seus valores

Um grande almoço-comício em Vila do Conde, realizado no dia 16, deu continuidade às comemorações do 25 de Abril que o PCP realiza em todo o País. Paulo Raimundo salientou a importância de assinalar Abril e de lutar pela defesa e concretização dos seus valores.

«Há caminho a fazer para concretizar Abril, vamos fazê-lo com luta e propostas»

À chegada do Secretário-geral do PCP, já o grande salão do Rancho das Rendilheiras do Monte estava repleto de militantes e amigos do Partido que aguardavam o começo da iniciativa. Uma sala cheia que, como mais tarde afirmaria Paulo Raimundo, comprovava a «grandiosa força que Abril tem». Do almoço ao momento político, passando pelos hinos cantados em uníssono no final, a alegria e o convívio foram notas altas ao longo de toda a tarde. Como ficaria patente, assim o foi, porque a alegria é inerente à celebração de Abril e dos seus muitos valores que continuam válidos e são, mais do que nunca, necessários.

«Aqui estamos a celebrar a Revolução de Abril. Essa realização da vontade do nosso povo, de afirmação de liberdade, de emancipação social, de soberania e independência nacional», começou por constatar o Secretário-geral, referindo a «coragem» com que o povo daquela região sempre soube percorrer os «duros caminhos da resistência ao fascismo» e abrir os trilhos da liberdade.

«Foi no dia 25 de Abril de 1974 que o povo português emergiu de um dos mais negros períodos da sua história, o fascismo, o mesmo que hoje», acusou, «os apologistas do poder dominante e serventes ideológicos procuram reescrever, para ocultar e branquear a natureza do regime fascista, enaltecer quem conspirou contra a revolução, hostilizar os construtores de Abril e diminuir o papel do PCP».

Foi Abril que acabou com quase meio século de opressão e «mudou Portugal no sentido de um extraordinário progresso», afirmou. «A instauração de um regime democrático, amplas liberdades e direitos fundamentais, direito à opinião, direitos sociais e laborais, livre organização sindical e direito à greve», exemplificou. Mas, nas suas conquistas, o processo revolucionário foi mais longe: elevou salários e garantiu o SMN; aumentou e alargou as pensões de reforma e invalidez; proibiu os despedimentos sem justa causa; alargou o tempo de férias; pôs fim aos monopólios e abriu o caminho das nacionalizações; lançou a Reforma Agrária; criou o SNS; alargou e melhorou a segurança social; garantiu o direito à educação e ao poder local democrático.

Conquistas estas que «criaram uma realidade de desenvolvimento do País e que a Constituição da República, ao som da luta de massas, consagrou», assinalou o dirigente.

 

Combater os ataques

«Os retrocessos nos planos social, económico, político, cultural e da independência nacional que resultam do processo contra-revolucionário de décadas de política de direita e de integração capitalista na UE demonstram a necessidade da luta por uma política alternativa, ancorada nos valores de Abril, que dê resposta aos problemas nacionais e conduza o País ao progresso, ao desenvolvimento e à justiça social, tal como previa e anunciava Abril», acrescentou, afirmando que é preciso «travar o agravamento da exploração, as desigualdades e injustiças e afirmar e reforçar Abril».

Sobre todas as conquistas de Abril, o capital e as forças da política de direita – PS, PSD, CDS, Chega e IL – não suspendem o seu ataque. Como clarificou o Secretário-geral, todas as conquistas continuam sob fogo cerrado e é por isso que «não admira que ainda tenham contas a ajustar, com novas revisões do texto fundamental da democracia portuguesa» – a Constituição.

«Não admira que queiram reescrever a história» e convencer-nos de que a «Revolução, as suas conquistas e os seus valores são coisas ultrapassadas e um processo encerrado», sublinhou, garantindo que «coisa do passado, ultrapassada e que é preciso enterrar de vez é a política de direita, dos que se servem da política para servirem os interesses de uma pequena minoria à custa de nós todos», imputou.

 

Realidade local

Para o palco, com Paulo Raimundo, tinham já subido delegações da JCP, da Comissão Concelhia de Vila do Conde e da Direcção da Organização Regional do Porto do PCP e ainda Jaime Toga, da Comissão Política.

A primeira a intervir foi Matilde Silva, da Comissão Regional do Porto da JCP e da Direcção Nacional, que abordou o impacto de Abril na Escola Pública e no Ensino Superior e as lutas que os estudantes da região têm travado pela sua defesa. De fora da sua intervenção não ficaram os jovens trabalhadores e a jornada de luta que travaram no dia 28 de Março, em Gaia.

Por sua vez, André Gregório, da Comissão Concelhia de Vila do Conde, saudou a iniciativa, abordou os problemas da região e não se esqueceu de mencionar o trabalho do Partido a nível local, como a Assembleia de Organização Concelhia que terá lugar no dia 6 de Maio.

 

Comemorações continuam

Por todo o País, diversas organizações do Partido têm comemorado o 49.º aniversário da Revolução de Abril com iniciativas próprias.

Somente no fim-de-semana passado, foram as acções realizadas.

As comemorações continuam sobre diversas formas por diferentes localidades do País (ver agenda nas páginas 30 e 31).





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