Utentes concentram-se em Lisboa para defender o SNS

Concentrados frente ao Ministério da Saúde, centenas de utentes do distrito de Lisboa exigiram no sábado a imediata reabertura a tempo inteiro dos serviços de urgência pediátrica nos hospitais em que foram encerradas.

«A saúde é um direito, não é um negócio»

Na moção aprovada no final do protesto, que foi promovido pelo Movimento de Utentes dos Serviços Públicos, reclama-se também a contratação de médicos de família, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e administrativos em condições dignas e atractivas para estes profissionais, fixando-os deste modo no Serviço Nacional de Saúde (SNS); dotar as unidades de saúde de meios de diagnóstico, incluindo centros de recolha de análises, para que possam ser verdadeiramente a primeira triagem das urgências dos hospitais; integração dos serviços de saúde mental, de medicina dentária e de oftalmologia nos cuidados primários do SNS.

Reivindicações comuns, de vários concelhos do distrito de Lisboa, vincadas em pancartas, cartazes e faixas, onde se afirmava «Cumpra-se Abril», quando, a nível nacional, mais de 1,5 milhões de utentes não têm médico de família (mais de um milhão no Agrupamento de Centros de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo), e avançavam-se soluções: «Reforçar o SNS, recuperar atrasos e garantir o acesso aos cuidados de saúde».

«O Governo não resolve os problemas porque não quer, pretendendo antes transformar o SNS num sistema subsidiário do negócio privado da Saúde», acusam os utentes.

Ministro confrontado
No dia 29 de Março, o ministro da Saúde visitou diversas infra-estruturas no distrito de Setúbal, onde encontrou acções de luta contra a política do Governo. No lançamento da primeira pedra das obras de ampliação do Hospital de São Bernardo, o presidente da Câmarade Setúbal admitiu estar-se perante o risco real de as obras ficarem concluídas sem profissionais para lhe dar uso. Para o dia 15 de Abril está agendada uma manifestação, em Setúbal, para exigir a resolução dos problemas que afectam o acesso das populações dos municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra aos cuidados de saúde.

Em Santa Marta do Pinhal, Corroios, o governante, que foi conhecer o projecto «Via Verde do Seixal», foi confrontado com a mesma reivindicação: defender o SNS e reforçar as equipas de saúde pública.

Acção no Lumiar
A Comissão de Utentes da Saúde do Lumiar realizou, no dia 30 de Março, uma acção à porta do Centro de Saúde. Em causa estão as deficientes instalações, situação que se arrasta há vários anos, e a falta, cada vez maior, de profissionais de saúde, com quase metade dos utentes sem médico de família.

No protesto – com a presença de João Ferreira e João Camilo, respectivamente, vereador na CM de Lisboa e da Assembleia de Freguesia do Lumiar, eleitos pelo PCP – exigiu-se a construção de um novo Centro de Saúde, a contratação de mais médicos, enfermeiros, administrativos e assistentes operacionais.

 



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