Os deputados do PCP no Parlamento Europeu cumpriram mais quatro dias de contacto, auscultação e intervenção junto de trabalhadores e populações, da juventude, dos reformados, dos micro, pequenos e médios empresários, agricultores e pequenos produtores. Desta feita no distrito de Évora, onde, em diversos concelhos do Distrito, estiveram em locais de trabalho, empresas e nos serviços públicos, em mercados e grandes superfícies e terminais de transporte, participando, ainda, em tribunas públicas realizadas em largos e praças.

João Pimenta Lopes e Sandra Pereira ouviram e transmitiram propostas sobre o aumento do custo de vida, os baixos salários e pensões, a cada vez maior injusta distribuição da riqueza, a defesa da água pública, o direito à saúde. E foram muitos os trabalhadores que transmitiram problemas concretos e transversais a várias empresas, com destaque para os baixos salários, os vínculos precários, a desregulação de horários, como foi relatado junto à Alandal, Aunde, AIS, Aernova, Gestamp, Tyco, Kemet, ou pelos trabalhadores do comércio.

No sector público, a desvalorização das carreiras e a avaliação de desempenho, assim como os baixos salários, foram as questões mais sublinhadas pelas centenas de trabalhadores contactados. Foi, ainda, realçada a importância da luta organizada e da sua intensificação. Necessidade de resto reconhecida igualmente pelos trabalhadores das grandes superfícies, que se batem pelo encerramento ao domingos, como pelos funcionários do Hospital Espírito Santo, onde alguns aderiram à greve pela primeira vez no passado dia 17.

O sufoco tem solução

Nos muitos contactos com a população, emergiram com acuidade as consequências do aumento do custo de vida, os preços da habitação, os problemas no SNS, sobretudo os mais de 27 mil utentes sem médico de família, afectando particularmente os reformados. Estes salientaram, por outro lado, as muito baixas pensões e falta de resposta pública nos lares e relataram situações cada vez mais recorrentes de escolha entre comprar medicamentos ou pagar a deslocação a uma consulta, e comer todos os dias.

Já no contacto com largas dezenas de jovens, os custos com as rendas por parte dos estudantes deslocados ou a falta de condições nas escolas, foram os aspectos identificados por muitos e transmitidos de viva voz a João Pimenta Lopes e Sandra Pereira, que marcaram presença solidária numa iniciativa de luta dos estudantes da Universidade de Évora.

Ao longo de quatro dias de jornada, os deputados do PCP no PE constataram, também, as inquietantes dificuldades sentidas em sectores como os agentes e profissionais da cultura. Designadamente numa sessão onde se valorizou a escolha de Évora para Capital Europeia da Cultura, mas onde também ficou bem patente o desinvestimento a que sucessivos governos têm votado o sector. Dificuldades extensíveis aos pequenos comerciantes e empresários, que sofrem os efeitos dos baixos salários e pensões, do abandono da produção nacional e dos desequilíbrios nas medidas que beneficiam em particular os grandes grupos económicos.

João Pimenta Lopes e Sandra Pereira transmitiram mensagens de confiança e frisaram que a situação actual não só não é inevitável como reclama um outro caminho, possível e que garanta aos trabalhadores uma vida digna, aos jovens o direito ao sonho e a serem felizes no seu País; que assegure o direito à Saúde, à Educação, à Habitação, à Cultura e ao Desporto; que promova e aposte na produção nacional e aproveite as inúmeras e diversas potencialidades e recursos existentes no distrito de Évora.