Solidariedade do PCP ao povo palestiniano
O PCP reafirma a sua solidariedade ao povo palestiniano na sua luta contra a ocupação e pelos seus inalienáveis direitos nacionais e denuncia o agravamento da repressão israelita e a cumplicidade dos EUA, num comunicado emitido ontem, 8.
É preciso travar a repressão de Israel contra o povo palestiniano
O Partido começa por condenar o brutal agravamento da repressão e alertar para o «perigo de uma nova escalada na política de expulsão forçada de palestinianos das suas casas e terras às mãos do actual governo sionista de Israel». E lembra, a propósito, que 2022 registou o maior número de palestinianos mortos na Cisjordânia pelas forças de ocupação, registados pela ONU.
A ascensão ao poder de Israel de um governo ainda mais à direita, que integra representantes de forças de cariz fascista, foi acompanhado de um «ulterior agravamento da violência» nos territórios ocupados, realça o Partido: nos dois primeiros meses de 2023, lembra, são já mais de 60 os palestinianos mortos pelas forças militares e policiais israelitas. O ataque de colonos contra a vila palestiniana de Huwara é «expressão de uma escalada inaudita da violência, apenas possível pela conivência das forças de ocupação», acrescenta.
Inaceitáveis são, para o PCP, os «princípios» de governação anunciados pelo primeiro-ministro Netanyahu para o «rumo fascizante do seu novo governo», nomeadamente a afirmação de que o «povo judaico tem direito exclusivo e inalienável à totalidade da Terra de Israel». Ou seja, não apenas a totalidade da Palestina histórica e, designadamente, aos territórios ocupados por Israel em 1967 (que a ONU reconhece como devendo constituir o futuro Estado da Palestina), mas também aos territórios sírios dos Montes Golã, que Israel ocupou em 1967 e anexou em 1981. Tais princípios, conclui, constituem uma «violação aberta de todas as resoluções da ONU sobre a questão palestiniana».
Condenando igualmente os bombardeamentos israelitas contra a Síria, o PCP alerta para o perigo de que o governo israelita «se aventure numa nova guerra de graves proporções no Médio Oriente». E sublinha a inexistência de qualquer processo político visando a «concretização dos inalienáveis direitos do povo palestiniano, amplamente reconhecidos e consagrados em inúmeras resoluções da ONU». Regista ainda o facto de as medidas assumidas pela administração Trump, de apoio explícito à ilegal política de Israel (como a transferência da embaixada dos EUA para Jerusalém e o reconhecimento da anexação dos Montes Golã), encontrarem apoio no actual presidente, Joe Biden.
Do Governo português o PCP exige uma «posição de clara defesa da imediata concretização do direito do povo palestiniano a um Estado soberano e independente, com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Oriental e a efectivação do direito ao retorno dos refugiados, no cumprimento das relevantes resoluções da ONU». E reclama o fim das provocações e violência das autoridades e colonos israelitas, o levantamento do bloqueio imposto à Faixa de Gaza e a libertação dos milhares de presos políticos palestinianos, incluindo menores, encarcerados nas prisões israelitas.