Cuba rejeita falsidades e denuncia «terrorismo de Estado» dos EUA
Cuba rechaça a sua manutenção na lista de «países patrocinadores do terrorismo», hipocritamente elaborada pelos EUA, que acusa de «terrorismo de Estado». Havana realça que «os EUA não têm moral para acusar Cuba. Têm telhados de vidro».
Cuba contribui para o direito à saúde em dezenas de países, em vez de vender armas por todo o mundo
O Departamento de Estado norte-americano publicou no dia 28 de Fevereiro um relatório sobre «terrorismo» e manteve Cuba na infundada e ilegítima lista de países que supostamente o apoiam. O verdadeiro propósito de caluniar Cuba, classificando-a como «país patrocinador do terrorismo», é o de tentar justificar o bloqueio ilegal dos EUA, considera o governo cubano.
Foi a administração de Ronald Reagan, em 1982, que incluiu pela primeira vez Cuba nessa lista. Em 2015, a administração de Barack Obama excluiu-a e, posteriormente, na última semana do seu mandato, e dias antes da posse de Joseph Biden, o ex-presidente Donald Trump colocou de novo Cuba nessa lista feita à medida do cinismo dos EUA, em Janeiro de 2021. Biden ratificou essa situação e agora voltou a fazê-lo, apesar de ter garantido, na sua campanha eleitoral, que reverteria as sanções mais severas de Trump e regressaria às políticas de normalização da administração Obama, o que não cumpriu.
Nem o governo de Reagan nem os que vieram depois, tão-pouco o actual, apresentaram quaisquer provas de «actos de terrorismo» apoiado por Havana. Cuba não tem qualquer política de suporte ao terrorismo e, pelo contrário, mantém uma posição frontal contra os que o perpetram. Mas sofre os efeitos do terrorismo patrocinado pelos EUA, precisamente pelo governo que provocatoriamente acusa o país caribenho.
Escreve o Granma que, desde 1959, o povo cubano tem sido vítima do terrorismo de Estado dos sucessivos governos norte-americanos, incluindo a explosão de um avião em pleno voo, a invasão do seu território, acções de guerra biológica e do acto mais flagrante de violação dos direitos humanos, ou seja, um bloqueio que tenta submeter a população de um país.
Destaca que Cuba, em vez de exportar armas para todo o mundo, tem uma longa história de internacionalismo no campo da saúde em diferentes continentes. «Por que razão um país que espalha saúde por todo o planeta é assinalado como patrocinador estatal do terrorismo? Não é um acto de terror negar a um povo a possibilidade de comprar oxigénio em plena pandemia de COVID-19, como fizeram os EUA com Cuba?», questiona o Granma. E acrescenta que «os EUA não têm moral para acusar Cuba. Têm telhados de vidro.»
PCP solidário
Numa nota emitida anteontem, 7, o PCP exige que os EUA retirem Cuba da ilegítima «lista de países patrocinadores do terrorismo». A manutenção de Cuba nessa lista, acrescenta, constitui uma «decisão provocatória da Administração norte-americana», que contraria as promessas de Biden de a reverter.
Para o PCP, «não é Cuba, mas os EUA, que fomentam e promovem operações de desestabilização visando outros países, através da utilização de grupos que se caracterizam pela sua acção violenta e terrorista», como comprovam a invasão da Baía dos Porcos e a sucessão de agressões, ingerências e actos de terrorismo perpetrados e patrocinados pelos EUA contra Cuba.
O Partido acusa ainda os EUA de desrespeitar abertamente o direito internacional e numerosas resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas ao insistirem na «aplicação de medidas coercivas e unilaterais contra Cuba, visando reforçar o criminoso e ilegal bloqueio económico, financeiro e comercial e o seu carácter extraterritorial». Do Governo português exige uma expressão clara do seu repúdio pela «ilegítima e inadmissível» decisão da administração norte-americana.
O PCP salienta o «exemplo de coragem e dignidade de Cuba e do seu povo», reafirma a sua solidariedade com o povo cubano e a sua Revolução socialista e «exige o fim imediato do bloqueio dos EUA contra Cuba e a imediata retirada de Cuba da denominada “lista de países patrocinadores do terrorismo”».