Dupla discriminação sobre mulheres é realidade que não pode continuar

«As­so­ciamo-nos ao lema das mil ra­zões que as mu­lheres têm para lutar e con­si­de­ramos que os pro­blemas das mu­lheres têm que se re­solver de ime­diato», disse Paulo Rai­mundo, após re­ceber um de­le­gação do MDM.

Não há avanço sem o con­tri­buto das mu­lheres

O Se­cre­tário-geral do PCP, acom­pa­nhado por Fer­nanda Ma­teus, da Co­missão Po­lí­tica, e Ma­nuela Pinto Ângelo, do Se­cre­ta­riado, re­cebeu as di­ri­gentes do Mo­vi­mento De­mo­crá­tico de Mu­lheres esta se­gunda-feira, no CT So­eiro Pe­reira Gomes, em Lisboa.

No final do en­contro, que de acordo com in­for­ma­ções pu­bli­cadas pelo Par­tido nos seus ca­nais na In­ternet, «pos­si­bi­litou o apro­fun­da­mento do co­nhe­ci­mento os pro­blemas do ponto de vista so­cial e eco­nó­mico que o País en­frenta e que têm uma in­ci­dência em par­ti­cular na mu­lher», Paulo Rai­mundo alertou que são par­ti­cu­lar­mente fus­ti­gadas por aqueles as mu­lheres tra­ba­lha­doras, «desde logo nos seus sa­lá­rios, nas suas con­di­ções de tra­balho e na dupla jor­nada que muitas vezes têm que de­sen­volver».

O di­ri­gente co­mu­nista exem­pli­ficou com o facto de que «a mu­lher ganha menos do que o homem, tra­ba­lhando o mesmo no mesmo local e no mesmo pe­ríodo», e con­si­derou que isso «tem de acabar», apro­vei­tando, ainda, a opor­tu­ni­dade para su­bli­nhar que, em re­lação ao MDM, há uma iden­ti­fi­cação com o di­ag­nós­tico feito, bem como «um con­junto de pro­postas e ideias con­cretas que par­ti­lhamos e uma con­fi­ança de que, apesar das di­fi­cul­dades, é pos­sível e ur­gente que a lei seja tra­du­zida na vida de todos os dias».

Também em de­cla­ra­ções à co­mu­ni­cação so­cial no final da reu­nião, Sandra Ben­fica, em nome do MDM, re­alçou que os co­mu­nistas podem «dar uma ajuda muito grande àquilo que é a qua­li­dade de vida e res­peito pelos di­reitos das mu­lheres» e sa­li­entou que estes «não podem ser sempre sa­cri­fi­cados, não podem es­perar».

A ur­gência e ra­zões da si­tu­ação das mu­lheres, agra­vadas pelo au­mento do custo de vida e pela acen­tu­ação das dis­cri­mi­na­ções, assim como a ine­xis­tência de «avanço no País» sem contar com «o tra­balho e con­tri­buto das mu­lheres», vai voltar a levar o Mo­vi­mento para a rua, a 4 de Março, no Porto, e a 11 do mesmo mês, em Lisboa, em duas ma­ni­fes­ta­ções con­vo­cadas para as­si­nalar o Dia In­ter­na­ci­onal da Mu­lher, que se co­me­mora a 8 de Março, con­firmou igual­mente Sandra Ben­fica.


Imi­grantes são bem-vindos

aci­catar a guerra é de re­jeitar

À margem do en­contro com o MDM, Paulo Rai­mundo co­mentou a po­lé­mica de­sen­ca­deada por Luís Mon­te­negro e Carlos Mo­edas, pre­si­dentes do PSD e da Câ­mara Mu­ni­cipal de Lisboa, res­pec­ti­va­mente, se­gundo os quais Por­tugal devia co­locar en­traves à imi­gração. Cen­trando-se no que ver­da­dei­ra­mente im­porta, o Se­cre­tário-geral do PCP des­tacou que não apenas «há um con­junto muito sig­ni­fi­ca­tivo de sec­tores na nossa eco­nomia que não fun­ci­o­naria sem os imi­grantes», como sa­li­entou que aqueles que «estão no nosso País são muito bem-vindos, tra­ba­lham todos os dias, ou, pelo menos, pro­curam fazer por isso».

«Tudo o resto, essa po­lé­mica entre di­reitas, é só para eles se ali­men­tarem uns aos ou­tros e, por­tanto, passam ao lado da questão fun­da­mental que é a dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores, sejam eles imi­grantes ou não, no nosso País”, su­bli­nhou ainda.

Já ques­ti­o­nado sobre a vi­sita do pre­si­dente dos EUA à Ucrânia, o di­ri­gente co­mu­nista la­mentou que esta possa servir para «acres­centar guerra à guerra». Nesse sen­tido, notou que «todos os si­nais que sejam no sen­tido da paz e da cri­ação de con­di­ções para se sen­tarem à mesa e re­sol­verem o pro­blema com que se en­frentam mi­lhares de pes­soas – em par­ti­cular o povo ucra­niano, mas não só – são bem-vindos». No en­tanto, pros­se­guiu, «a ideia que tenho é de que essa vi­sita não será nesse sen­tido», o que, a con­firmar-se, «cor­res­pon­derá a mais um acres­centar de guerra à guerra, e acres­centar guerra à guerra não é so­lução para o pro­blema que en­fren­tamos», in­sistiu.

Para Paulo Rai­mundo, «não vale a pena o se­nhor pri­meiro-mi­nistro [An­tónio Costa] vir jus­ti­ficar-se com a guerra, quando aquilo que podia re­solver, não re­solve», acusou.




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