Em Pequim, na segunda-feira, 6, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Xie Feng, apresentou um protesto formal através da embaixada norte-americana contra o derrube de um balão civil chinês.

«Os factos são claros e não podem ser distorcidos. Contudo, a parte norte-americana não quis ouvir e insistiu em usar força excessiva contra um dispositivo civil que estava à beira de abandonar o seu espaço aéreo», sublinhou o diplomata.

Considerou a decisão de Washington uma «reacção exagerada e grave violação das leis e práticas internacionais». Referiu-se ao impacto negativo do incidente nos esforços para estabilizar as relações entre a China e os EUA, após a reunião entre os presidentes Xi Jinping e Joe Biden, em 2022, na Indonésia. «A China opõe-se e protesta pelo sucedido, insta o lado norte-americano a abster-se de proceder com outras acções prejudiciais para os interesses chineses e que exacerbem ou incrementem as tensões», indicou.

Xie Feng acrescentou que o governo da China continua a acompanhar o desenvolvimento da situação e reserva-se o direito de adoptar as medidas necessárias para defender a dignidade do país.

No sábado, 4, aviões de combate dos EUA derrubaram o balão civil chinês por considerar que realizava actividades de espionagem, embora anteriormente Washington tenha reconhecido que o aparelho nunca pôs em perigo o território norte-americano.

A entrada acidental do dirigível chinês no espaço aéreo dos EUA criou novo foco de tensão bilateral e o secretário de Estado Antony Blinken cancelou uma viagem a Pequim.