O fo­lhetim dos do­cu­mentos «top se­cret», in­cluindo in­for­ma­ções sobre armas ató­micas, des­co­bertos na posse ilegal de Biden, cons­titui um novo pa­ra­digma do grau de cor­rupção, pelo menos po­lí­tica e ins­ti­tu­ci­onal e de de­gra­dação da «grande de­mo­cracia» (?) im­pe­ri­a­lista dos USA, e do apro­fun­da­mento da crise sis­té­mica do ca­pi­ta­lismo. Os do­cu­mentos, nal­guns casos de quando Biden, há uns anos, foi vice de Obama, em vez de «pri­va­ti­zados» de­viam ter sido re­me­tidos a quem de di­reito. Este «caso» veio juntar-se ao de Trump, que se re­cusou quase um ano a de­volver caixas de do­cu­mentos se­cretos que tinha des­viado e que só o FBI con­se­guiu re­cu­perar. Como dizia Snowden, «de­viam fugir à jus­tiça», des­vi­aram mais do­cu­mentos que ele e As­sange.

Des­co­nhece-se o con­teúdo dos do­cu­mentos e se re­per­cu­tiram ou não nos ne­gó­cios destes fi­gu­rões. Mas da «Trump Or­ga­ni­za­tion» que en­volve 515 em­presas nas áreas tu­rís­tica, me­diá­tica, etc., sabe-se que con­se­guiu 2400 mi­lhões de lu­cros en­quanto Trump foi pre­si­dente, sem pagar im­postos («bem su­ce­dido»), mas o seu «con­ta­bi­lista» Wis­sel­berg foi pu­nido por fraude com prisão por cinco meses (!), após ne­go­ci­ação com a jus­tiça, fu­gindo assim a uma pena de quinze anos. De Biden sabe-se menos, mas está com­pro­va­da­mente en­vol­vido há anos em trá­fico de in­fluên­cias, ne­gó­cios de gás e ou­tros mais obs­curos do seu filho Hunter na Ucrânia e há fi­nan­ci­a­mentos en­co­bertos de ca­pi­tais asiá­ticos.

Sabe-se das pro­fundas li­ga­ções de ambos os mag­natas aos in­te­resses do com­plexo mi­litar in­dus­trial e do cartel de gi­gantes di­gi­tais, que pa­garam ambas as re­centes cam­pa­nhas elei­to­rais de mi­lhares de mi­lhões. E vai-se tendo uma leve ideia dos lu­cros des­co­mu­nais destes sec­tores na guerra da NATO contra a Rússia e do que tem a ga­nhar a «eco­nomia que mata» com o seu pro­lon­ga­mento.

Al­guns do­cu­mentos de­sa­pa­re­cidos podem cons­ti­tuir ins­tru­mentos de cons­pi­ração, pro­vo­cação e con­fronto, nessa me­dida, quando ins­ti­tui­ções fun­da­men­tais dos USA – Con­gresso, Tri­bu­nais, CIA, FBI –, se tornam cúm­plices (como su­cede) de ac­ções ou omis­sões que be­ne­fi­ciam as ini­qui­dades e crimes de Trump e Biden, isso cons­titui um sin­toma e um factor de agra­va­mento da crise sis­té­mica do ca­pi­ta­lismo, cuja su­pe­ração re­vo­lu­ci­o­nária é cada vez mais ur­gente.