PCP responsabiliza Governo pelo agravar das condições de vida

O PCP voltou a criticar o Governo por fazer uma avaliação do País que não é conforme à realidade e por não adoptar as soluções que se impunham face aos problemas que atingem os trabalhadores e povo.

«O discurso do Governo não tem correspondência com a realidade concreta. Procura passar ao lado dos problemas para não ter que os enfrentar», considerou a presidente do Grupo Parlamentar do PCP, para quem as «opções do Governo, convergentes com as opções dos partidos à sua direita, PSD, CH, IL e CDS», bem como a «falta de resposta aos problemas, são responsáveis pelo agravamento das condições de vida».

E contrariamente à ideia propalada de que a maioria absoluta era condição de estabilidade política e que significaria a estabilidade no quotidiano das pessoas, o que a realidade mostra é que «a vida está hoje marcada pela instabilidade e pela incerteza, por crescentes dificuldades que decorrem da falta de resposta do Governo aos problemas que aí estão», afirmou Paula Santos.

A deputada comunista, que falava na passada semana no debate sobre a moção de censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal (chumbada pelos votos contra de PS, PCP e Livre, com a abstenção de PSD, BE e PAN e os votos a favor de Chega e IL), fundamentou a sua leitura crítica às opções e acção governativa identificando algumas das áreas onde esse carácter negativo está mais presente

«Em vez de repor e de valorizar o poder de compra de salários e pensões, o Governo optou pela sua desvalorização real», exemplificou a líder parlamentar do PCP, não deixando passar em claro o facto de aquele ter também feito a opção de transferir três mil milhões para as energéticas, em vez de controlar os preços de bens e serviços essenciais, já com novos aumentos em 2023.

E o mesmo se pode dizer no que toca à saúde, com o Governo a optar pelo encerramento de serviços de urgência, «em vez de adoptar soluções para fixar profissionais de saúde», ou quanto à Escola Pública, em que opta «pela introdução de novas injustiças no recrutamento de professores», em vez de valorizar a profissão e a carreira docente.

A opção governativa de encarar a habitação «numa lógica de mercado que já demonstrou que não é solução», foi igualmente verberada por Paula Santos, que se mostrou inconformada por o Executivo não «travar a especulação», não proteger a habitação das famílias e não garantir o acesso à habitação.

Razões fortes, em suma, para censurar o Governo, mas que são distintas das invocadas pela IL: «não defende as soluções que são urgentes para os problemas que aí estão», «o caminho que aponta é a intensificação do caminho prosseguido pelo Governo PS, o caminho de favorecimento dos grupos económicos que agrava desigualdades e injustiças», detalhou Paula Santos, justificando assim as razões para o voto contra do PCP à iniciativa da IL.

 



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