Israel matou mais de 220 palestinianos e feriu nove mil durante o ano de 2022

O pri­meiro-mi­nistro da Pa­les­tina, Mohammad Sh­tayyeh, de­nun­ciou que as forças de se­gu­rança is­ra­e­litas ma­taram em 2022 mais de 220 pa­les­ti­ni­anos e fe­riram mais de nove mil nos ter­ri­tó­rios ocu­pados.

In­ter­vindo no início da reu­nião se­manal do ga­bi­nete, na terça-feira, 27, em Ra­mala, o chefe do go­verno re­velou também que os mi­li­tares e os po­lí­cias de Te­la­vive pren­deram neste ano cerca de 6500 pa­les­ti­ni­anos. Mais de 832 edi­fí­cios e es­tru­turas foram de­mo­lidas e 13 mil oli­veiras ar­ran­cadas, in­dicou.

«En­fren­tamos crises com­plexas porque a eco­nomia so­freu de­vido à di­mi­nuição sig­ni­fi­ca­tiva da ajuda in­ter­na­ci­onal, às re­per­cus­sões da COVID-19, à guerra da Ucrânia e ao roubo dos nossos im­postos por Is­rael», des­tacou.

Ci­tado pela agência ofi­cial de no­tí­cias WAFA, Sh­tayyeh as­se­gurou que o povo pa­les­ti­niano não se as­susta com as ame­aças do pró­ximo go­verno de Is­rael, o mais à di­reita da his­tória desse país. «No pas­sado já en­fren­tamos si­tu­a­ções graves, todos sa­bemos que esta é uma ba­talha po­lí­tica», afirmou, lem­brando que a maior parte do mundo apoia a causa pa­les­ti­niana.

De­tenção do­mi­ci­liária

de me­nores de idade

Os tri­bu­nais is­ra­e­litas man­ti­veram mais de 600 me­nores pa­les­ti­ni­anos sob prisão do­mi­ci­liária em 2022, de­nun­ciou no co­meço desta se­mana, em Ra­mala, a Co­missão de Presos e ex-Presos Pa­les­ti­ni­anos.

A en­ti­dade pa­les­ti­niana afirmou que as au­to­ri­dades de Te­la­vive re­correm a essa prá­tica, im­posta em es­pe­cial às cri­anças e aos jo­vens na zona ocu­pada de Je­ru­salém Ori­ental, como uma forma de cas­tigo porque a lei is­ra­e­lita não per­mite a prisão de me­nores de idade.

Assim, as ins­ti­tui­ções ju­di­ciais or­denam a de­tenção do­mi­ci­liária en­quanto exa­minam o pro­cesso e emitem uma de­cisão, o que pode levar desde uns dias até um ano ou mais. Du­rante esse pe­ríodo, a cri­ança não pode sair da ha­bi­tação e tem de usar uma pul­seira elec­tró­nica de con­trolo. A Co­missão de Presos e ex-Presos re­alçou que a prisão do­mi­ci­liária deixa efeitos psi­co­ló­gicos como o medo e a an­si­e­dade, além de privar as cri­anças do seu di­reito à edu­cação.

Há um mês, foi re­ve­lado que as tropas is­ra­e­litas pren­deram mais de 50 mil cri­anças e ado­les­centes pa­les­ti­ni­anos desde 1967, como parte de uma es­tra­tégia que pro­cura «se­mear terror e medo» entre eles.

«Is­rael con­verteu os nossos jo­vens num ob­jec­tivo per­ma­nente das suas ac­ções des­tru­tivas», con­si­derou então a co­missão. «Eles são sub­me­tidos a duras con­di­ções nos cen­tros de de­tenção, onde ca­recem das mí­nimas con­di­ções hu­manas e são alvo de di­versas formas de tor­tura», as­se­gurou.

Além disso, a co­missão ques­ti­onou a im­par­ci­a­li­dade dos tri­bu­nais is­ra­e­litas as­si­na­lando que não têm em conta as cir­cuns­tân­cias em que as cri­anças fi­zeram as suas con­fis­sões, nem como as­si­naram as de­cla­ra­ções que lhes são atri­buídas, cir­cuns­tân­cias essas que in­cluem a apli­cação de tor­tura e in­ti­mi­dação.



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