Imperialismo quer ditar regras em África

A Casa Branca formalizou no passado dia 23 a retirada do Burkina Faso do programa de «facilidades comerciais» concedidas pelos EUA aos países da África subsariana.

A medida, que já antes tinha sido anunciada e que entra em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2023, foi justificada pelos costumeiros argumentos relativos à «democracia». No início deste ano, os EUA já tinham aplicado idêntica sanção à Etiópia, ao Mali e à Guiné-Conacri. A Eritreia está desde há muito excluída do acordo.

O programa, designado AGOA (African Growth and Opportunity Act), concede facilidades tarifárias a produtos exportados por países africanos para os EUA – desde que os norte-americanos considerem que os países abrangidos são «respeitadores dos direitos humanos» e têm «boa governança» – ou seja, que seguem as directrizes norte-americanas, nomeadamente ao nível das relações económicas internacionais.

Também a França se esforça por manter intactos os seus interesses no continente africano, mas as coisas não lhe correm de feição. O governo provisório do Burkina Faso, palco de dois recentes golpes de Estado militares, proibiu no início de Dezembro as transmissões da Rádio France Internationale (RFI), alegando que a emissora francesa transmitiu informações falsas e deu voz ao líder de um grupo terrorista que opera no território.

A suspensão dessa rádio no Burkina Faso segue-se a uma medida semelhante adoptada pelo governo do Mali. Os dois países mantêm relações tensas com a França e acusam Paris de nada ter feito para combater o terrorismo no Sahel, apesar da forte presença na região, desde 2013, de tropas francesas, norte-americanas e da União Europeia, bem como de uma missão de paz das Nações Unidas.

 



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