Instigadores da guerra
É urgente parar de instigar a guerra
Tal como se verificou em todas as guerras – da Jugoslávia à Síria –, que com êxtase apoiou, o Parlamento Europeu, ou melhor, a maioria dos deputados que integram os seus grupos parlamentares – que têm, no essencial, sustentado o rumo da União Europeia e as suas políticas –, estão de novo na dianteira do suporte à instigação da guerra, agora na Ucrânia, clamando pelo prolongamento e agravamento deste conflito que já dura há oito anos, com o sofrimento e destruição que encerra, particularmente para o povo ucraniano, e as graves consequências e perigosos riscos que comporta para os povos da Europa e do mundo.
Foi o que aconteceu mais uma vez, quando ébrio de propaganda de guerra e seguindo os passos de outrem, o Parlamento Europeu adoptou – com os (habituais) votos favoráveis da extrema-direita e direita, aos ditos «liberais», «sociais democratas» e «verdes» – uma resolução que propõe o «reconhecimento da Federação da Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo». Resolução que, como já foi correctamente sublinhado, para além de ser juridicamente inconsequente, procura obstaculizar o urgente diálogo com vista à resolução negociada do conflito, prega pela continuação e incremento da política de confrontação, cerco e isolamento da Rússia de modo a dificultar necessários e possíveis entendimentos e o desanuviamento e normalização das relações internacionais.
Uma resolução que, entre outros inquietantes desvarios e por proposta dos «verdes» e os votos favoráveis dos «liberais» e «sociais-democratas», enuncia o propósito de proibir tudo o que possa ser considerado como sendo diferenciado, discordante ou oposto à propaganda de guerra, diariamente destilada pelos seus arautos nos principais meios de comunicação.
Do mesmo modo que procura proclamar um pretenso carácter extraterritorial da política de confrontação e guerra, apelando abertamente e de forma inaceitável à pressão e chantagem sobre os países que tenham uma posição própria sobre o relacionamento com a Rússia e as sanções impostas pela UE.
Tal como ficou exposto na sinistra e gravíssima provocação em torno do míssil ucraniano que atingiu a Polónia, também a resolução do Parlamento Europeu mostra até onde nos pretendem levar aqueles que impuseram o incessante alargamento da NATO ao Leste da Europa e não hesitaram em recorrer a grupos fascistas e nazis para impor um golpe na Ucrânia e instituir um poder xenófobo e belicista que, não se importando de sacrificar e martirizar o povo ucraniano, se assume como uma autêntica e esfuziante tropa de choque da estratégia dos EUA de confrontação e guerra contra a Rússia.
Por isso é tão importante continuar a afirmar, como o PCP afirma, que é urgente que os EUA, a NATO e a União Europeia cessem de instigar e alimentar a guerra na Ucrânia e que se abram vias de negociação com os demais intervenientes, nomeadamente a Federação Russa, visando alcançar uma solução política, a resposta aos problemas de segurança colectiva e do desarmamento na Europa, o cumprimento dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia.
O caminho para a paz passa pelo alargamento desta tomada de consciência, rejeitando a rumo para o abismo para onde os EUA, a NATO e a UE pretendem empurrar a Humanidade.