Cuba impulsiona relações externas

Resultado da recente viagem internacional do presidente Miguel Díaz-Canel, Cuba deu um impulso às relações políticas e económicas com diversos parceiros. O périplo desenrolou-se entre os dias 16 e 25 deste mês e incluiu visitas à Argélia, Rússia, Turquia e China.

Cuba desenvolve cooperação com Argélia, Rússia, Turquia e China

A viagem a Argel, Moscovo, Ancara e Pequim traduziu-se num saldo positivo de acções concretas para incrementar a cooperação económica, comercial e financeira com Cuba, declarou em Havana, no domingo, 27, o chefe do Estado cubano.

Nos países visitados, o presidente de Cuba manteve conversações com os seus homólogos da Argélia, Abdelmadjid Tebboune; da Rússia, Vladimir Putin; da Turquia, Recep Tayyip Erdogan; e da China, Xi Jinping.

Recém-regressado ao seu país, após o périplo, Miguel Díaz-Canel destacou, em diálogo com os jornalistas, a disposição encontrada em todos os contactos havidos no sentido de elevar as relações políticas e avançar na cooperação, o que ficou bem demonstrado em assuntos como a reestruturação da dívida.

Esta é uma das conquistas específicas deste périplo, valorizou o presidente, pois os acordos neste âmbito permitirão fazer avançar projectos atrasados ou parados devido à impossibilidade de negociar as obrigações contraídas. «Cuba tem vontade, disposição, o dever, e fará isso com honra, de honrar as dívidas que temos com outros países», acentuou. A partir de agora, revelou, dar-se-á continuidade a vários planos conjuntos, outros serão ampliados e haverá novos programas de cooperação, trocas comerciais e negócios.

Dois temas foram priorizados nos projectos: energia e produção de alimentos.

Quanto à energia, trabalhou-se em duas direcções fundamentais: a primeira, o fornecimento com estabilidade de combustíveis; e a segunda, a ajuda para melhorar a situação das unidades geradoras, tanto com tecnologias tradicionais como mediante o emprego de fontes renováveis de energia. «Há várias empresas interessadas, projectos governamentais e casos concretos que foram dados a conhecer, como a oferta pela Argélia de uma central fotovoltaica para Havana», pormenorizou.

Outro assunto priorizado, precisou Díaz-Canel, é a criação de infra-estruturas bancário-financeiras robustas, que permitam o intercâmbio financeiro e bancário directo para contornar as medidas restritivas do bloqueio norte-americano contra Cuba e também impostas a países como a Rússia.

O turismo, a biotecnologia e a saúde pública são outras áreas em que se esboçaram acções, já que, segundo alguns empresários dos países visitados, estes têm mercados e fábricas mas Cuba tem cientistas e produtos, referiu o presidente. Mais campos de trabalho possíveis são a indústria manufactureira e a participação no comércio interno, em sintonia com o que Cuba aprovou em relação ao investimento estrangeiro no comércio interno, tanto grossista como a retalho.

Projectos nos transportes, na indústria e intercâmbios na educação, ensino superior, cultura e desporto fizeram ainda parte dos temas abordados.

Há diversos documentos assinados e existem mecanismos de acompanhamento da agenda de cooperação, nuns casos através de comissões inter-governamentais e noutros por conselhos ministeriais, que devem reunir-se nos primeiros meses de 2023 e nos quais serão concretizadas as ideias que ficaram pendentes, indicou o presidente cubano.

Mais de 11 mil autarcas eleitos nas municipais

Na primeira volta das eleições dos delegados às assembleias municipais do poder popular, em Cuba, no dia 27, foram eleitos 11.502 cidadãos como delegados de circunscrição.

Exerceram o direito de voto cinco milhões, 728 mil e 220 eleitores, que representam 68,58 por cento dos mais de oito milhões e 300 mil inscritos.

No próximo domingo, 4, haverá uma segunda volta nas 925 circunscrições onde nenhum dos candidatos conseguiu 50 por cento dos votos.




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