Congresso do PAIGC é vitória da democracia

O PAIGC reuniu em Bissau o seu 10.º Congresso e reelegeu para um novo mandato Domingos Simões Pereira, na presidência do partido desde 2014. O PAIGC quer regressar ao poder e promover o desenvolvimento da Guiné-Bissau.

PAIGC quer «resgate do poder popular e promoção do desenvolvimento»

Sob o lema «Consolidação da coesão interna, à luz do pensamento de Amílcar Cabral, pelo resgate do poder popular e promoção do desenvolvimento», os trabalhos do 10.º Congresso do PAIGC decorreram em Gardete, nos arredores de Bissau, entre 18 e 20 deste mês.

Domingos Simões Pereira, presidente do partido da independência da Guiné-Bissau, foi reeleito com 1162 votos (91,6 por cento) dos 1268 congressistas. O Congresso renovou o comité central, que conta com 351 membros. O presidente do partido disse aos jornalistas que o partido mostrou no congresso que «este é o PAIGC a mostrar a sua grandeza, este é o PAIGC da democracia, da abertura, da pluralidade».

«A decisão que acaba de sair é resultado do sentimento da avaliação dos delegados. A partir deste momento há uma direcção, há um presidente, vai haver um rumo e vamos convocar toda a família do PAIGC para de facto transformarmos a aspiração do povo guineense num programa, num compromisso, numa visão de futuro», afirmou.

Questionado sobre o apoio da expressiva maioria dos delegados do Congresso à direcção do partido, Domingos Simões Pereira considerou que esse apoio traduz também o sentimento do país. Os delegados do congresso «quiseram dizer à nação guineense que o PAIGC está pronto para um compromisso de futuro que permita resgatar esta desgovernação e esta deriva que está a acontecer e repor a todos os cidadãos guineenses o direito de sonhar, o direito de trabalhar para o futuro e o direito de acreditar que é possível», salientou.

Na Guiné-Bissau, o PAIGC, o maior partido do país, está na oposição. O presidente da República dissolveu a Assembleia Nacional Popular, em Maio, e marcou para 18 de Dezembro eleições legislativas antecipadas, ultrapassando todos os prazos legais. Mas o governo, apoiado pelo chefe do Estado, propôs o adiamento das referidas eleições alegando atraso no processo de recenseamento eleitoral. Aguarda-se agora a marcação de nova data.

O PAIGC tinha marcado o seu 10.º Congresso para Fevereiro deste ano, mas a reunião magna partidária foi adiada devido às restrições sanitárias impostas pelo governo para combater a pandemia da COVID-19.

Questões judiciais, intervenções policiais e cerco da sede do partido impediram o PAIGC de realizar o Congresso por mais três vezes. Os dirigentes do partido acusaram o presidente Umaru Sissoko Embaló de ser o responsável pelos sucessivos impedimentos da realização do Congresso.

 

PCP envia mensagem
de saudações ao PAIGC

 

O Secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, enviou ao presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde uma mensagem de saudações pela sua reeleição no cargo.

«Ao tomar conhecimento da sua reeleição como presidente do PAIGC, quero desejar-lhe, em nome do Partido Comunista Português e em meu nome pessoal, as mais calorosas felicitações, fazendo votos de melhores sucessos no exercício destas responsabilidades em prol dos interesses e das aspirações do povo guineense», lê-se na mensagem.

Paulo Raimundo saudou também a realização do 10.º Congresso do PAIGC, «prova da sua determinação, confiante de que as suas conclusões contribuirão para o reforço do PAIGC e da sua luta em defesa da democracia, do progresso social e da soberania nacional da Guiné-Bissau».

Reafirmando a solidariedade dos comunistas portugueses com o PAIGC e o povo guineense, Paulo Raimundo reitera a vontade de prosseguir e reforçar os laços históricos de solidariedade, amizade e cooperação entre o PCP e o PAIGC, no interesse dos dois povos e países.




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