Assembleia Mundial da Paz em Hanói com representantes de 53 países
Com a participação do Conselho Português para a Paz e Cooperação, decorreu em Hanói a XXII Assembleia Mundial da Paz, que assumiu o compromisso de redobrar os esforços na luta pela paz e contra o imperialismo.
CPPC reeleito para o Comité Executivo e o Secretariado do Conselho Mundial da Paz
A XXII Assembleia Mundial da Paz realizou-se de 22 a 24, em Hanói, com a participação de representantes de 53 países. Uma das organizações presentes na capital vietnamita foi o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), representado por Ilda Figueiredo e Julie Neves.
Na sessão de abertura, Socorro Gomes, presidente cessante do Conselho Mundial da Paz (CMP), assinalou que a organização é chamada a desempenhar um papel aglutinador e mobilizador perante a encruzilhada histórica em que se encontra a humanidade. O espírito unitário, a iniciativa e a combatividade são elementos que devem caracterizar o trabalho do CMP, prosseguindo o caminho da luta pela paz mundial, que é a luta contra o imperialismo – destacou.
No segundo dia de trabalhos, 23, delegados de várias organizações presentes tiveram oportunidade de intervir sobre a situação nos seus países, a situação internacional e a luta pela paz. A intervenção do CPPC, feita por Julie Neves, focou-se no trabalho desenvolvido em Portugal nos últimos seis anos (desde a anterior Assembleia Mundial da Paz), referindo as diferentes actividades que o CPPC organiza e dinamiza, contribuindo assim para o reforço do CMP.
Durante a tarde, os delegados deslocaram-se ao palácio presidencial de Hanói, onde foram calorosamente recebidos pelo presidente da República Socialista do Vietname, Nguyen Xuan Phuc. O dirigente falou do trabalho para o desenvolvimento do seu país e reafirmou o papel do Vietname na luta pela paz, saudando o CMP e a realização em Hanói da XX Assembleia Mundial da Paz.
Teve lugar também uma recepção oferecida pelos membros da liderança da cidade de Hanói, na qual interveio Ilda Figueiredo, agradecendo a hospitalidade do povo e entidades governamentais vietnamitas, bem como do Comité da Paz do Vietname.
CPPC coordena
Região Europa do CMP
No dia 24, efectuaram-se reuniões das várias regiões do CMP, incluindo a Região Europa, em que, entre outros assuntos, se discutiram ideias de trabalho conjunto para o próximo ano e se reelegeu o CPPC como coordenador das organizações da Europa.
Fez-se também um balanço sobre questões de organização e finanças e elegeu-se o novo comité executivo (com 40 membros), que se reuniu a seguir para eleger os novos órgãos de direcção do CMP, nomeadamente a presidência e o secretariado. Foi eleito Pallab Sengupta, da Organização Paz e Solidariedade, da Índia, para a presidência do CMP, e foram reeleitos Athanasios Pafilis como secretário-geral e Iraklis Tsavdaridis como secretário executivo, ambos membros do Comité Grego para o Desanuviamento Internacional e a Paz (Eedye).
O CPPC foi reeleito como membro do comité executivo e do secretariado do CMP.
No dia 25, ainda no quadro da XXII Assembleia Mundial da Paz, decorreu em Hanói, a conferência intitulada «Confrontando a máquina de guerra imperialista – A luta global pela paz, justiça social, soberania nacional e ambiente».
«Crescentes interferências
e agressões imperialistas»
O heróico triunfo da Revolução Cubana em mais de 60 anos de luta contra o agressivo e criminoso bloqueio norte-americano foi destacado na resolução final aprovada pela Assembleia Mundial da Paz. Além do apoio ao povo cubano na luta contra o cerco económico, financeiro e comercial imposto por sucessivos governos dos EUA, o texto defende o fim da ocupação ilegal de Guantánamo, desde há 119 anos, e a devolução dessa parte do território ao seu legítimo proprietário – Cuba.
A declaração solidariza-se também com o povo de Porto Rico na sua luta pela autodeterminação e independência e sublinha a importância de defender a Venezuela bolivariana contra as tentativas de destabilização e as sanções unilaterais.
Reafirma a América Latina e das Caraíbas como zona de paz e saúda a vitória do povo brasileiro nas eleições presidenciais de Outubro, ganhas por Lula da Silva. Este triunfo confere novo ímpeto à luta anti-imperialista na América Latina e noutras paragens, realça.
O manifesto enfatiza que, num período de profunda e continuada crise económica, social e ecológica, o mundo enfrenta novos perigos e ameaças à paz como resultado das crescentes interferências e agressões imperialistas.
A resolução final da XXII Assembleia Mundial da Paz deplora a incessante e provocadora expansão da NATO e exige o desmantelamento de todas as bases militares no mundo, assim como a total desmilitarização do espaço cósmico.