Intervindo no domingo, perante os mais de 2300 delegados presentes (representando mais de 96 milhões de membros do PCC), Xi Jinping adiantou aquela que é a «tarefa principal» colocada ao partido nos próximos anos: «liderar o povo chinês, com todos os seus grupos étnicos, num esforço conjunto para realizar o Segundo Objectivo do Centenário, o de transformar a China num grande país socialista moderno em todos os aspectos e de avançar no rejuvenescimento da nação chinesa em todas as frentes por um caminho próprio visando a sua modernização».

Este objectivo segue-se ao de construção de uma «sociedade moderadamente próspera», que foi dado como atingido por alturas da comemoração do centenário do Partido Comunista da China, em meados do ano passado.

Fazendo um balanço do cumprimento dessa meta, o Primeiro Secretário do PCC e presidente da República Popular da China valorizou a erradicação da pobreza extrema, os extraordinários avanços tecnológicos e os progressos alcançados nos sistemas de educação, protecção social e saúde. Lembrou ainda que o PIB da China passou a representar 18,5 por cento da economia mundial, um salto de 7,2 pontos percentuais numa década, e que o país é hoje um importante parceiro comercial para mais de 140 países e regiões, «liderando o mundo em volume total de comércio de mercadorias».

Apesar dos êxitos, o dirigente chinês apelou aos membros do PCC para que não percam de vista as deficiências, as dificuldades e os problemas que existem e urge superar. De entre eles, destacou alguns estrangulamentos que entravam o desenvolvimento, as lacunas existentes na distribuição da riqueza entre regiões do país e entre áreas urbanas e rurais e a necessidade de continuar o combate à corrupção.

Modernização socialista

Na estratégia de desenvolvimento que tem definida, o PCC pretende realizar até 2035 o seu processo de «modernização socialista». No seu discurso, Xi Jinping adiantou como medidas essenciais a esse objectivo o aumento substancial do PIB per capita, equiparando-o ao de um «país desenvolvido de nível médio», a redução constante das emissões de carbono (que ainda não atingiram o seu pico, salientou), o fortalecimento das capacidade de defesa nacional e do «aperfeiçoamento da democracia popular».

Xi Jinping garantiu ainda que, independentemente do estágio de desenvolvimento em que a China se encontre, ela nunca «buscará a hegemonia ou o expansionismo», posicionando-se contra a mentalidade de «guerra fria» ou a interferência nos assuntos internos dos outros países. O seu propósito, reiterou, é a promoção do «desenvolvimento comum e de uma comunidade humana com um futuro partilhado».
O dirigente chinês reafirmou ainda a firme determinação de salvaguardar a unidade e integridade da República Popular da China e a intenção de resolver a questão de Taiwan de forma pacífica e soberana.