A CDU contactou – no dia 24 de Setembro – com os moradores do Conjunto Habitacional das Romeiras, na freguesia de Santo António, Funchal, integrada na campanha «É possível viver melhor na nossa terra», lançada recentemente na Região Autónoma da Madeira.

Na iniciativa, Herlanda Amado, eleita da CDU na Assembleia Municipal do Funchal, denunciou «o desmazelo das entidades com responsabilidades em garantir habitação social às muitas milhares de famílias que na Região e, em particular, no concelho do Funchal necessitam de uma habitação digna e que garanta as condições de habitabilidade, coisa que até ao momento não tem acontecido».

Os dados que têm vindo a público, quer no plano estatístico, quer nos planos apresentados pelo Governo Regional, revelam que em Junho de 2020 existiam mais de 4,8 mil famílias que solicitaram apoio para a habitação, tendo três mil um rendimento mensal inferior ao salário mínimo.

Ou seja, «estas famílias não têm condições de encontrar no mercado de arrendamento uma habitação digna de acordo com as suas necessidades e muito menos têm condições para a aquisição de casa própria», salientou Herlanda Amado, lembrando que a «realidade mudou drasticamente desde 2020» e hoje, com o aumento do custo de vida, os baixos salários, a especulação imobiliária, o aumento dos juros para o crédito à habitação e os valores elevados e agressivos das rendas, «muitas famílias que conseguiam resolver o seu problema habitacional com meios próprios deixam de ter tais condições».

Resposta emergencial
No dia 28, junto ao edifício da Secretaria Regional da Inclusão e dos Assuntos Sociais, no Funchal, Edgar Silva, Coordenador Regional do PCP, apresentou o «caso concreto da família de Goreti Gonçalves Gomes, há 30 anos inscrita na lista de espera para acesso a uma habitação com renda social». No final de Agosto, esta família teve um acção de despejo e até hoje aguarda uma resposta emergencial.