Tomar a iniciativa, reforçar o Partido, responder às novas exigências

Rui Braga (Membro do Secretariado)

No âm­bito do pro­cesso de pre­pa­ração, o Co­mité Cen­tral do PCP, na sua reu­nião do pas­sado fim-de-se­mana, de­bateu e aprovou o Pro­jecto de Re­so­lução da Con­fe­rência Na­ci­onal «Tomar a ini­ci­a­tiva, re­forçar o Par­tido, res­ponder às novas exi­gên­cias». Com a sua pu­bli­cação na pre­sente edição do Avante!, inicia-se a fase de dis­cussão e eleição de de­le­gados à Con­fe­rência Na­ci­onal do PCP, que se re­a­li­zará nos dias 12 e 13 de No­vembro, no Pa­vi­lhão Mu­ni­cipal do Alto do Moinho, em Cor­roios, no Seixal.

Todo o co­lec­tivo par­ti­dário é cha­mado a dar o seu con­tri­buto para a Con­fe­rência Na­ci­onal

O do­cu­mento apro­vado re­veste-se de ex­trema re­le­vância e é um im­por­tante ins­tru­mento de re­flexão para todo o co­lec­tivo par­ti­dário. Re­a­fir­mando as con­clu­sões do XXI Con­gresso, a re­a­li­zação da Con­fe­rência Na­ci­onal tem por ob­jec­tivo con­tri­buir para a aná­lise da si­tu­ação e dos seus de­sen­vol­vi­mentos, cen­trada na res­posta aos pro­blemas do País, nas pri­o­ri­dades de in­ter­venção e re­forço do Par­tido e na afir­mação do seu pro­jecto.

Na fase que agora ini­ci­amos, para além das as­sem­bleias elec­tivas, para a eleição de de­le­gados à Con­fe­rência, irá, cer­ta­mente, e como é pra­tica do nosso Par­tido, re­a­lizar-se um con­junto muito alar­gado de as­sem­bleias ple­ná­rias para dis­cussão do Pro­jecto de Re­so­lução.

Mais uma vez, todo o co­lec­tivo par­ti­dário será cha­mado a dar o seu con­tri­buto para a aná­lise e ela­bo­ração do Pro­jecto de Re­so­lução da Con­fe­rência Na­ci­onal. Também neste as­pecto, neste imenso pro­cesso de cons­trução co­lec­tiva, sem pa­ra­lelo no pa­no­rama po­lí­tico na­ci­onal, o PCP marca a di­fe­rença para todos os ou­tros. A re­a­li­zação da Con­fe­rência Na­ci­onal não se cinge apenas aqueles dois dias em No­vembro. O en­vol­vi­mento de todo o co­lec­tivo par­ti­dário na de­fi­nição, ac­tiva, in­tensa e cri­a­dora, das ori­en­ta­ções e li­nhas de acção e in­ter­venção é um vi­go­roso exemplo do seu fun­ci­o­na­mento de­mo­crá­tico.

 

Pre­parar a Con­fe­rência
em mo­vi­mento

Nesta fase co­loca-se a ne­ces­si­dade de apro­fundar o de­bate e es­ti­mular as con­tri­bui­ções e re­fle­xões, in­di­vi­duais ou co­lec­tivas. In­serir nos tra­ba­lhos de pre­pa­ração da Con­fe­rência o pros­se­gui­mento da con­cre­ti­zação das me­didas de re­forço do Par­tido – como a res­pon­sa­bi­li­zação e for­mação de qua­dros; o re­cru­ta­mento, con­cre­ti­zando a cam­panha em curso e a in­te­gração de novos mi­li­tantes; o re­forço do tra­balho nas em­presas e lo­cais de tra­balho; o re­forço das or­ga­ni­za­ções lo­cais; a di­na­mi­zação do tra­balho com a ju­ven­tude e do apoio à JCP; a in­ten­si­fi­cação da venda do Avante!, o re­forço das es­tru­turas e ac­ções de pro­pa­ganda; a adopção de me­didas que ga­rantam a in­de­pen­dência fi­nan­ceira; a re­a­li­zação de as­sem­bleias das or­ga­ni­za­ções; a afir­mação do Par­tido, dos seus prin­cí­pios de fun­ci­o­na­mento e da sua iden­ti­dade –, em si­mul­tâneo com a in­ten­si­fi­cação da acção, da in­ter­venção e da ini­ci­a­tiva po­lí­tica do Par­tido e a in­ten­si­fi­cação da luta de massas, são ta­refas que, es­tando in­ter­li­gadas, exigem uma ade­quada atenção, pla­ni­fi­cação e dis­cussão por parte das or­ga­ni­za­ções do Par­tido.

O mo­mento pre­sente tornou mais evi­dente a na­tu­reza de classe da ofen­siva em curso. A si­tu­ação eco­nó­mica, so­cial e po­lí­tica ac­tual co­loca, a todo o co­lec­tivo par­ti­dário, exi­gên­cias de acção, in­ter­venção e di­na­mi­zação que vão para além da im­por­tante ta­refa que é a cons­trução e a re­a­li­zação da Con­fe­rência Na­ci­onal. Tomar a ini­ci­a­tiva, re­forçar o Par­tido, res­ponder às novas exi­gên­cias é o ca­minho que se impõe.

 



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