A Festa, a luta e o reforço do Partido

Patrícia Machado (Membro da Comissão Política)

Vão abrir as portas daquela que é a maior Festa política e cultural do País. Uma Festa construída por milhares de jovens, mulheres e homens, militantes e sem partido, que ao longo dos últimos meses construíram com alegria e muita confiança a Festa que emana os valores de Abril e onde a cultura, o debate, a gastronomia, o desporto, a solidariedade internacionalista, a amizade e camaradagem dizem presente! nestes três dias na Atalaia e, com particular destaque, no grande comício que terá lugar no domingo.

O reforço do Partido é essencial para a construção de um futuro melhor

Em ano de comemoração do Centenário de José Saramago, e na véspera da sua abertura, as palavras que proferiu sobre a Festa revestem-se de particular actualidade. Construir a Festa e permitir que milhares a possam visitar é mais do que apenas militância: «ao trabalhar para a Festa, trabalham para o País, trabalham para o futuro. É trabalhar para um sentimento de comunidade e de solidariedade daquilo de que o Partido é, talvez o exemplo mais flagrante de toda a sociedade portuguesa… Cumprimos gostosamente um dever, e dever esse que se transforma em qualquer coisa indispensável. Vocês, para quem a Festa é indispensável, são também indispensáveis à Festa.»

Indispensáveis à Festa e indispensáveis à luta de todos os dias, para responder às novas exigências, para tomar iniciativa, para reforçar o Partido. É isso que continua colocado ao Partido e que está sublinhado na convocação da Conferência Nacional dos próximos dias 12 e 13 de Novembro. Com o objectivo de contribuir para a análise da situação e dos seus desenvolvimentos, centrada na resposta aos problemas do País, nas prioridades de intervenção e reforço do Partido e na afirmação do seu projecto, suscitando um amplo envolvimento do colectivo partidário e promovendo uma confiante perspectiva de futuro, a Conferência e a sua preparação assumem-se como particular prioridade do trabalho do colectivo partidário, assente num trabalho integrado.

A luta transforma

Os trabalhadores e o povo continuam confrontados com o ataque aos seus direitos, aos serviços públicos. Agravam-se as condições de vida, o aumento do custo de vida. Ao mesmo tempo que se assiste ao aumento escandaloso dos lucros dos grandes grupos económicos, não se responde ao aumento geral dos salários como emergência nacional ou à reposição do poder de compra das pensões.

Como foi sublinhado no comunicado do Comité Central de 5 e 6 de Junho, importa reforçar o apelo para o empenho das organizações e militantes no reforço das organizações e dos movimentos de massas, para impulsionar a acção e a luta pela solução dos problemas concretos de cada empresa, sector e localidade, pela solução dos problemas do País. A luta é força transformadora e de confiança no futuro, que não se resigna às dificuldades nem se subjuga aos que querem impor o retrocesso e a exploração. É factor de unidade, de elevação da consciência social e política e de ligação às massas, com papel determinante na transformação da sociedade.

Com forças redobradas

Dia 5 prosseguimos, com forças redobradas, na construção de um presente e futuro melhor para os trabalhadores e para o povo. Para tal, o reforço do Partido é condição insubstituível e as tarefas que nos estão colocadas não serão mais umas, serão aquelas que com uma visão integrada, de forma cuidada e organizada, estão em curso para um PCP mais forte.

É, pois, indispensável o seu prosseguimento: a responsabilização e formação de quadros; o recrutamento, concretizando a campanha em curso e a integração de novos militantes; o reforço do trabalho nas empresas e locais de trabalho; o reforço das organizações locais; a dinamização do trabalho com a juventude e do apoio à JCP; a intensificação da venda do Avante!, o reforço da difusão da imprensa e das estruturas e acções de propaganda; a adopção de medidas que garantam a independência financeira, nomeadamente com a campanha de aumento das quotizações e para o seu pagamento regular; a realização de assembleias das organizações; a afirmação do Partido, dos seus princípios de funcionamento e da sua identidade.




Mais artigos de: Opinião

A grande regressão

A rejeição da via diplomática e o arrastar da tragédia da guerra na Ucrânia continuam a contribuir para o agravamento do panorama económico no plano internacional. A inflação na Europa (e EUA) bateu máximos de 40 anos. O espectro da recessão assoma nos dois lados do Atlântico. E deverá permanecer nos próximos anos,...

Fogo posto

Pobreza energética, assim se chama «à incapacidade de milhares de famílias custearem as suas necessidades de conforto térmico, para aquecer ou arrefecer as suas casas de forma adequada», é um flagelo que afecta entre 1,9 a três milhões de pessoas em Portugal. Segundo os dados oficiais, cerca de 660 a 740 mil pessoas...

Caridadezinha

Na festa do Pontal, onde o PSD, tradicionalmente, faz a sua «rentrée», o actual presidente do PSD e ex-presidente do grupo parlamentar deste partido, no período do governo PSD/CDS de Passos Coelho/Paulo Portas, mais conhecido por governo da aplicação do pacto de agressão da troika ao povo português, anunciou que o seu...

«O fim da abundância»

Macron proferiu, após umas férias no Forte de Brégançon, no Mediterrâneo, um discurso digno de registo. Afirmou o presidente que estamos perante «grandes mudanças» e que está a chegar «o fim da abundância», da «liquidez sem custos», da «despreocupação» e de outras benesses (de tecnologia, energia, terras, matérias-primas...

Gasodutices e outras idiotices

Primeiro foram as sanções. Idiotas. Algumas vozes mais esclarecidas ainda os avisaram de que eram um autêntico tiro no pé. Os autores dos avisos, que não eram comunistas, foram de imediato acusados de putinistas e suspeitos de secretas práticas comunistas. Afinal estavam a ser comedidos. Um tiro no pé não faz tantos...