Paulo Oliveira e Haco devem ouvir greve forte por melhor subsídio

Depois das greves de dia 22 na Haco Etiquetas e das três empresas do Grupo Paulo de Oliveira, os patrões deviam aumentar já o subsídio de alimentação, exigiu o Sindicato dos Têxteis da Beira Baixa.

 

As empresas podem e devem aumentar o subsídio de alimentação

Com a luta realizada em todos os turnos da Haco, da Penteadora, da Tessimax e da Paulo de Oliveira, no concelho da Covilhã, os trabalhadores demonstraram a sua unidade e organização, destacou o sindicato da Fesete/CGTP-IN, no comunicado sobre a adesão à greve no terceiro turno.

«Só existe um caminho, as empresas responderem positivamente e aumentarem para 4,50 euros o valor do subsídio de alimentação», afirmou o sindicato, que expressou a expectativa de que os patrões «tenham entendido os trabalhadores e que rapidamente, ainda no final do mês de Julho», atendam a reivindicação principal deste protesto.

Aproxima-se o mês de férias, Agosto, «mas já foi referido, no decorrer dos plenários, que os trabalhadores não desistem e só vão parar quando virem a sua reivindicação alcançada».

«Caso as empresas não reconheçam esta justa reivindicação, em Setembro os trabalhadores decidirão a forma de dar continuidade a este processo de luta», garante o sindicato, reafirmando a sua disponibilidade para reunir com as administrações das empresas «logo que estas o queiram».

O facto de o subsídio de alimentação ser de 2,35 (na Haco) ou 2,37 euros (no Grupo Paulo Oliveira), foi considerado «vergonhoso» e «inadmissível» pela presidente do sindicato. Em declarações à agência Lusa, sobre a adesão à greve no primeiro turno, Marisa Tavares lembrou que outras empresas pagam «bastante acima», reiterou que a reivindicação «é mais do que justa» e frisou que «os trabalhadores estão completamente mobilizados, unidos e organizados para continuarem a lutar».

Para a Direcção da Organização Regional de Castelo Branco do PCP, «a forte adesão à greve»comprovou a justeza das reivindicações: a melhoria das condições de trabalho, o aumento dos salários e o aumento do subsídio de refeição», cujo valor «não sofre qualquer actualização há 15 anos».

O Partido, numa nota de imprensa que emitiu no dia das greves, recordou que «está ao lado dos trabalhadores e tem propostas para melhorar as suas condições de vida e de trabalho».

Nas informações sobre cada turno, o sindicato deu conta de perturbações e paragens em várias secções, nas quatro empresas, e estimou uma adesão de 70 por cento, no Grupo Paulo Oliveira. Na Haco Etiquetas, o nível de adesão subiu de 53 por cento, com produção parada, no primeiro turno, para 85 por cento, no segundo.

Na Tessimax, mais ainda do que na Penteadora e na Paulo Oliveira, o sindicato assinalou o grande peso de trabalhadores estrangeiros e contratados através de empresas de trabalho temporário e saudou todos os que se juntaram à luta.

 



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