Firmeza, resistência e luta garantem resultados

Tra­ba­lha­dores dos CTT, da Ce­re­alis, da Mi­se­ri­córdia de Mi­ran­dela, da Carris, da COPAM e da Al­li­ance He­alth­care al­can­çaram, em tri­bunal ou em ne­go­ci­a­ções, re­sul­tados po­si­tivos das suas po­si­ções firmes.

 

É bem sa­bido que, quando não se luta, perde-se sempre

Na se­gunda-feira, dia 25, o SNTCT di­rigiu «uma grande sau­dação à Bel­mira, por não ter de­sis­tido dos seus di­reitos e por ter dado corpo àquela má­xima que diz que “quando se luta, umas vezes ganha-se, ou­tras perde-se, mas, quando não se luta, perde-se sempre”».

O sin­di­cato da Fec­trans/​CGTP-IN re­velou que o Tri­bunal da Re­lação do Porto re­vogou a sen­tença da pri­meira ins­tância e con­denou os CTT a rein­te­grarem uma tra­ba­lha­dorada es­tação de cor­reios na Ave­nida da Re­pú­blica, em Vila Nova de Gaia.

Bel­mira Bessa já re­tomou o tra­balho, mas o sin­di­cato de­cidiu tornar pú­blico o facto, porque a ad­mi­nis­tração dos CTT tentou en­con­trar «co­baias, para ter o ca­minho aberto e, in­jus­ta­mente, poder des­pedir mais tra­ba­lha­dores». Assim foi com esta tra­ba­lha­dora, tal como com o car­teiro Neto Cunha, em Er­me­sinde, que em Se­tembro de 2021 viu fi­nal­mente o tri­bunal dar-lhe razão, na con­tes­tação de um vi­o­lento des­pe­di­mento, de­pois de ter sido ví­tima de aci­dente de tra­balho.

No caso de Bel­mira Bessa, o ar­gu­mento pa­tronal as­sentou numa si­tu­ação de do­ença e baixa mé­dica ao longo de vá­rios anos, para in­tentar o des­pe­di­mento «por im­pos­si­bi­li­dade su­per­ve­ni­ente, ab­so­luta e de­fi­ni­tiva de prestar tra­balho». No acórdão da Re­lação, para que se re­mete na nota di­vul­gada pelo SNTCT, apenas fi­caram pro­vadas si­tu­a­ções de do­ença que es­ti­veram na base das res­pec­tivas baixas mé­dicas, bem como a re­a­li­zação de tra­ta­mentos mé­dicos. Mas as do­enças não se apre­sentam como de­fi­ni­tivas, antes pas­sí­veis de tra­ta­mentos e me­lho­rias.

Ple­ná­rios com todo o di­reito

De­vido à proi­bição de um ple­nário de tra­ba­lha­dores, no Beato (Lisboa), em Ja­neiro deste ano, a Ce­re­alis foi au­tuada pela Au­to­ri­dade para as Con­di­ções do Tra­balho, por in­fracção muito grave, anun­ciou na se­mana pas­sada o Sintab, que efec­tuou a de­núncia.

A em­presa (de­ten­tora das marcas de massas Mi­la­neza e Na­ci­onal, entre ou­tras) viu agora os seus ar­gu­mentos re­ba­tidos pela ACT e isto re­pre­sentou «mais uma vi­tória dos tra­ba­lha­dores e do sin­di­cato», as­si­nalou Rui Ma­tias.

Mas o di­ri­gente sin­dical, na nota que en­viou, no dia 21, à nossa Re­dacção, as­si­nalou que «con­ti­nuámos a fazer ple­ná­rios com os tra­ba­lha­dores à porta da em­presa» e «con­ti­nuámos a sin­di­ca­lizar e a rei­vin­dicar».

Em tri­bunal, foi re­co­nhe­cida a razão dos tra­ba­lha­dores da Carris, que par­ti­ci­param num ple­nário, a 27 de Ja­neiro deste ano, re­velou a Fec­trans, no dia 7. Na sen­tença, ci­tada no co­mu­ni­cado que a fe­de­ração emitiu no dia se­guinte à co­mu­ni­cação do tri­bunal, é ex­pres­sa­mente re­co­nhe­cido o di­reito de todos os tra­ba­lha­dores par­ti­ci­parem na­quele ple­nário, «desde que não es­tejam a as­se­gurar o fun­ci­o­na­mento de um ser­viço ur­gente e es­sen­cial, o qual não pode ser en­ten­dido como toda e qual­quer ac­ti­vi­dade de con­dução».

A Fec­trans es­pera que a ad­mi­nis­tração da trans­por­ta­dora «pro­ceda agora, ao pa­ga­mento dos va­lores des­con­tados, assim como deve re­clas­si­ficar esta “falta”, pas­sando esta a ser jus­ti­fi­cada e abo­nada».


A razão custa!

«Ao fim de mais de 8 meses, saiu a sen­tença», con­gra­tulou-se o CESP/​CGTP-IN, numa nota de dia 8, re­ve­lando que o tri­bunal de­ter­minou o pa­ga­mento das diu­tur­ni­dades de duas tra­ba­lha­doras da Santa Casa de Mi­se­ri­córdia de Mi­ran­dela. Além de dar razão às tra­ba­lha­doras, a sen­tença de­ter­minou o pa­ga­mento de todos os re­tro­ac­tivos desde que são as­so­ci­adas do CESP.

O sin­di­cato as­si­nala que ou­tros pro­cessos se­me­lhantes já ti­veram antes o mesmo des­fecho.

Na Al­li­ance He­alth­care Por­tugal, foram al­can­çados avanços na me­lhoria das con­di­ções de vida, com um sig­ni­fi­ca­tivo au­mento médio dos sa­lá­rios.

Com «von­tade, uni­dade, pro­postas e fir­meza dos tra­ba­lha­dores, do SITE CSRA e da sua co­missão ne­go­ci­a­dora sin­dical», na ne­go­ci­ação das rei­vin­di­ca­ções apro­vadas em ple­ná­rios, «foi con­se­guida uma ac­tu­a­li­zação sa­la­rial anual, com efeitos re­tro­ac­tivos a Ja­neiro, e foram re­vistas al­gumas ma­té­rias pe­cu­niá­rias».

Os au­mentos, entre 20 e 40 euros, «ficam ainda longe da­quilo que pode ser pra­ti­cado na em­presa e, em geral, no sector da dis­tri­buição far­ma­cêu­tica», pelo que «a rei­vin­di­cação e a luta não vão parar», afirmou o sin­di­cato da Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN, numa nota de 30 de Junho.

Com a forte adesão à greve de 26 e 27 de Maio, que pro­vocou a pa­ragem da pro­dução, a ad­mi­nis­tração da COPAM (Com­pa­nhia Por­tu­guesa de Amidos) foi for­çada a ir ao en­contro das justas rei­vin­di­ca­ções dos tra­ba­lha­dores, in­formou o SITE CSRA, na mesma data. Na sua po­sição ini­cial, a ad­mi­nis­tração dizia que as ma­té­rias rei­vin­di­cadas pelos tra­ba­lha­dores já es­tavam fe­chadas para o ano de 2022.

Com a uni­for­mi­zação dos sa­lá­rios dentro da mesma ca­te­goria – uma das três rei­vin­di­ca­ções al­can­çadas que o sin­di­cato des­tacou, em co­mu­ni­cado –, foi con­se­guida uma va­lo­ri­zação do sa­lário-base que, em al­guns casos, atingiu 235 euros.

 



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