Cuba exorta jovens de hoje a «assaltar a fortaleza do ódio»

Num mundo que en­frenta graves pro­blemas, a re­sis­tência cri­a­tiva e a uni­dade são, em Cuba, ba­lu­artes para en­frentar a si­tu­ação. Cuba re­pre­senta uma al­ter­na­tiva à ordem ex­clu­dente que o im­pe­ri­a­lismo impõe no mundo e essa é a razão por que se mantém o blo­queio dos EUA.

 

Cu­banos as­si­na­laram 69 anos do as­salto aos quar­téis Mon­cada e Carlos Ma­nuel Cés­pedes

Às ac­tuais ge­ra­ções cabe «as­saltar a for­ta­leza do ódio», afirmou o pre­si­dente de Cuba, Mi­guel Díaz-Canel, na terça-feira, 26, na ci­dade de Ci­en­fu­egos, no acto cen­tral das co­me­mo­ra­ções do Dia da Re­be­lião Na­ci­onal. A data as­si­nalou o 69.º ani­ver­sário dos as­saltos aos quar­téis Mon­cada e Carlos Ma­nuel Cés­pedes, por Fidel Castro e seus com­pa­nheiros.

Na pre­sença de mi­lhares de pes­soas – entre as quais Raúl Castro, ge­neral do Exér­cito e um dos lí­deres da Re­vo­lução Cu­bana, o pri­meiro-mi­nistro, Ma­nuel Mar­rero, e ou­tros di­ri­gentes – o chefe do Es­tado cu­bano e Pri­meiro Se­cre­tário do Par­tido Co­mu­nista de Cuba men­ci­onou os de­sa­fios que os jo­vens pro­ta­go­nistas dos as­saltos aos dois quar­téis, em 26 de Julho de 1953, ti­veram de en­frentar e vencer. E afi­ançou que «se eles pu­deram, nós po­demos».

Aludiu aos de­bates e re­sul­tados da recém con­cluída As­sem­bleia Na­ci­onal do Poder Po­pular e disse que «se que­remos ter re­sul­tados po­si­tivos em menos tempo é vital ac­tuar com dis­ci­plina». Na in­ter­venção, per­guntou «o que é a Re­vo­lução?» e, em­bora dei­xando a res­posta de­fi­ni­tiva para os ci­en­tistas so­ciais, adi­antou que a Re­vo­lução é «de­mo­cracia, par­ti­ci­pação ci­dadã, ideais e paixão».

Falou sobre as dra­má­ticas con­di­ções que o mundo vive, no que diz res­peito a mu­danças cli­má­ticas, guerras, pan­de­mias, re­a­fir­mando que, em Cuba, a re­sis­tência cri­a­tiva e a uni­dade são ba­lu­artes para en­frentar a si­tu­ação ac­tual.

Con­denou o blo­queio eco­nó­mico, po­lí­tico e co­mer­cial que o go­verno dos EUA impõe contra o povo cu­bano e ga­rantiu que «vamos fazer um país me­lhor nós mesmos».

Mi­guel Díaz-Canel afirmou ainda que Cuba re­pre­senta uma al­ter­na­tiva à ordem ex­clu­dente que o im­pe­ri­a­lismo impõe no mundo e essa é a razão pela qual se mantém o blo­queio dos EUA contra a ilha.

E con­si­derou que a po­lí­tica de san­ções norte-ame­ri­canas é a me­lhor de­mons­tração de que o so­ci­a­lismo fun­ciona, porque apesar de tudo o país le­vantou uma imensa obra de jus­tiça so­cial, com in­di­ca­dores so­ciais do pri­meiro mundo. «Sob as pres­sões de uma eco­nomia de guerra, nunca re­nun­ciámos à as­pi­ração de be­ne­fi­ciar a todos, ofe­re­cendo múl­ti­plas pos­si­bi­li­dades de re­a­li­zação hu­mana», re­alçou.

Ten­ta­tivas de sub­versão

O pre­si­dente cu­bano re­velou, noutra oca­sião, que o go­verno dos EUA fra­cassou em novas ten­ta­tivas de sub­verter a ordem eco­nó­mica e so­cial do país ca­ri­benho.

Fa­lando ao par­la­mento, no en­cer­ra­mento do 9.º pe­ríodo or­di­nário de ses­sões, no dia 22, o chefe do Es­tado afirmou que me­di­ante in­tensas cam­pa­nhas nas redes so­ciais, nas quais par­ti­ci­param altos fun­ci­o­ná­rios norte-ame­ri­canos, jun­ta­mente com fortes pres­sões eco­nó­micas sobre Cuba, os EUA pre­ten­deram pro­vocar per­tur­ba­ções so­ciais, mas fa­lharam.

Mi­guel Díaz-Canel re­feriu que o re­cru­des­ci­mento do blo­queio eco­nó­mico é uma arma que Washington em­prega contra a nação cu­bana e ca­ta­logou como de­so­nesto o dis­curso afir­mando que a dita po­lí­tica é parte da sua pre­o­cu­pação pelo bem-estar do povo cu­bano, os di­reitos hu­manos ou a de­mo­cracia.

O que os EUA pre­tendem é des­truir o pro­cesso re­vo­lu­ci­o­nário e o que isso sig­ni­fica, bem como ate­mo­rizar os que se re­cusam a sub­meter-se aos seus de­síg­nios, o que ex­plica a agres­si­vi­dade contra Cuba, Ve­ne­zuela e Ni­ca­rágua, entre ou­tros países, de­nun­ciou. Acres­centou que essas foram as ra­zões das ex­clu­sões da fa­lhada Ci­meira das Amé­ricas, em Los An­geles, a qual se con­verteu num bu­me­rangue que evi­den­ciou o iso­la­mento dos EUA na re­gião.

 



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